José Manuel Bolieiro, falava, na vila das Velas, na ilha de São Jorge, após o ‘briefing’ diário para ponto da situação da crise sismovulcânica que se regista desde 19 de março.

O líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) está hoje em São Jorge para acompanhar a evolução da crise sismovulcânica e reunir com a direção da Câmara do Comércio da ilha.

Aos jornalistas, José Manuel Bolieiro reconheceu os impactos socioeconómicos que a situação, que dura há mais de três semanas, está a gerar.

“Daí, que, também, o Governo Regional, como disse desde a primeira hora, na minha primeira estada em São Jorge, está preparado para obviamente corresponder às necessidades efetivas”, salientou.

José Manuel Bolieiro acrescentou que é preciso dar prioridade à questão da proteção das populações e ter “a capacidade de reagir aos impactos socioeconómicos”.

“Vamos promover serenidade, responsabilidade, compromisso e solidariedade com toda a vida socioeconómica de São Jorge”, referiu.

“Houve um período e uma contingência que causou perda de rendimento e que continua. Agora há uma novidade que aumenta custos e nós temos de criar um esquema de apoio que corresponda à inclusão destas circunstâncias: perda de rendimentos só por si, aumento de custos só por si ou acumulados uns e outros”, devidamente comprovados”, explicou, lembrando as consequências que as famílias e empresários passaram devido à pandemia de covid-19 e recentemente com a situação da guerra na Ucrânia.

O chefe do governo regional assegurou que o executivo estará solidário e fará o acompanhamento de toda a situação “sem protagonismos políticos de circunstância”.

O social-democrata realçou o “compromisso com a verdade” e “a transparência da informação”, numa atitude de “vigilância” à situação da crise sismovulcânica que “a ciência recomenda”, enaltecendo o “importante trabalho” que o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) tem vindo a desenvolver” para garantir uma “comunicação transparente e verdadeira” às populações.

José Manuel Bolieiro garantiu que o executivo regional nunca transmitiu qualquer situação de alarme para evacuações e o que fez “foi a deslocalização” de pessoas, de acordo “com o programa e a chamada prudência”, seguindo a vigilância permanente do CIVISA.

“Nós não fazemos de uma crise, de uma instabilidade emocional e de ansiedade das populações um jogo de protagonismos políticos. Não aconselhamos, e até repudiamos, a tentativa dos protagonismos políticos de circunstância”, vincou, acrescentando haver “perfeita sintonia” entre todos os serviços da administração regional, as autarquias, em particular a de Velas, assegurando “a normalidade do funcionamento dos serviços”.

O chefe do executivo açoriano deixou ainda uma “palavra de gratidão” e de “reconhecimento a todas as instituições” envolvidas no acompanhamento da crise sismovulcânica em São Jorge, destacando o “enorme afinco” das instituições.

“A capacidade instalada está conforme programado, a diligência, o acompanhamento. A rotação dos profissionais e das Forças Armadas e Forças de Segurança está a ser feita para que não se diminua qualquer capacidade e, pelo contrário, se renove e se fortaleça”, sublinhou.

A ilha mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.