A decisão do ‘número dois’ do Supremo Tribunal Eleitoral Boliviano (TSE) e o apelo para uma greve geral no país surgem num momento em que se aguarda o anúncio oficial da vitória do chefe de Estado Evo Morales na primeira volta das eleições presidenciais, após um processo de contagem dos votos criticada pela comunidade internacional e que motivou atos de violência em várias cidades do país.
A renúncia de Antonio Costas é explicada numa carta que o próprio enviou ao vice-presidente boliviano cessante, Álvaro Garcia Linera, também presidente do Congresso e responsável pela indicação dos membros do TSE.
Costas classificou de “infeliz [a] decisão do Supremo Tribunal Eleitoral de suspender a publicação dos resultados do sistema de transmissão de resultados eleitorais preliminares”, numa carta à qual a agência de notícias France-Presse teve acesso.
Os primeiros resultados parciais foram publicados no domingo à noite e abriam caminho para uma segunda volta sem precedentes no país.
Contudo, a publicação de novos números na segunda-feira à noite, dando quase como certa a vitória do Presidente cessante Evo Morales, gerou duras críticas à contagem dos boletins de voto, com a oposição a afirmar que se estava perante uma “fraude eleitoral”.
Já o apelo à greve geral foi realizado pelo presidente do influente Comité Pró-Santa Cruz, uma organização da sociedade civil com sede em Santa Cruz, capital económica do país e reduto da oposição.
esta terça-feira à noite repetiram-se os confrontos violentos da véspera entre manifestantes e forças policiais em La Paz, à frente do hotel onde se encontra a autoridade eleitoral responsável pela contagem dos votos, o TSE.
Centenas de pessoas lançaram pedras contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo.
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