“Se eles [membros do Congresso] não aprovarem uma boa reforma política e o povo quiser, estamos dispostos a continuar por mais quatro anos”, afirmou o chefe de Estado, numa entrevista, após participar num evento com milhares de evangélicos em São Paulo.
“Se eles aprovarem uma boa reforma política, eu posso renunciar à possibilidade de reeleição”, acrescentou o capitão do Exército na reserva.
Bolsonaro, um ex-crítico da possibilidade de reeleição e que na sua campanha eleitoral no ano passado disse que só aspirava a um mandato, admitiu duas vezes nesta quinta-feira a sua intenção de continuar no cargo.
A primeira alusão foi feita durante uma visita a Eldorado, a sua terra natal, na qual, ante centenas de apoiantes que foram recebê-lo, agradeceu aqueles que votaram na eleição presidencial de 2018 e aqueles que votarão “mais tarde”.
Esta é a primeira vez que Bolsonaro admite a sua intenção de tentar um segundo mandato, já que, durante a sua campanha eleitoral no ano passado, chegou mesmo a prometer apresentar um projeto de lei para extinguir a possibilidade de reeleição de um Presidente.
“Nesse caso, e se eu for eleito, serei o primeiro a não conseguir aspirar a um segundo mandato”, afirmou Bolsonaro, durante a campanha eleitoral.
Na conferência de imprensa, na quinta-feira, em São Paulo, o Presidente brasileiro reiterou que assumiu o Brasil com um “estouro financeiro”, mas que está a trabalhar para corrigir a situação, sendo por isso importante a aprovação de uma reforma para corrigir o deficit nas contas públicas do país, fundamental para atrair investimentos privados.
“Não há atos de corrupção no meu Governo, não é o Presidente que gera empregos, mas a iniciativa privada, e queremos que os investidores tenham confiança em nós e recuperem os seus investimentos”, afirmou.
Depois de participar na “Marcha para Jesus”, em São Paulo, um dos mais importantes eventos dos evangélicos no Brasil, agradeceu o apoio que teve deste grupo, que na sua opinião foi fundamental para vencer a corrida eleitoral.
O número de evangélicos no Brasil cresceu cerca de 60% na última década, para perto de 42 milhões de fiéis no último censo (2010), em comparação com 123 milhões de católicos, e a participação ativa dos seus pastores na política tornou-se uma força importante no Congresso.
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