Em entrevista concedida sábado à noite à CNN Brasil (hoje em Lisboa), o chefe de Estado brasileiro criticou as medidas adotadas por alguns governadores regionais para enfrentar o coronavírus, como quarentena ou o encerramento de aeroportos, e insistiu que a crise fosse tratada sem “pânico” ou “histeria”.

“Para dizer a verdade, [Dória] é um lunático. Está a usar a situação para fazer política. Ele está aproveitando para crescer politicamente”, disse Bolsonaro.

O Presidente pediu aos governadores regionais se limitassem a lutar contra a expansão do novo coronavírus sem aproveitar para tentar antecipar a campanha para as eleições presidenciais de 2022.

“As medidas deste governador [Dória], assim como as de outros, como o Rio de Janeiro, extrapolam” esse papel, “é uma dose excessiva de remédio que se torna um veneno”, disse ele, referindo-se a medidas para confinar a população às suas casas e isolar as regiões.

Sobre a tentativa do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel de fechar o aeroporto da cidade, Bolsonaro disse que é uma medida que só “gera um clima de terror na população que pode levar à depressão e diminuir a imunidade”.

“Aqueles poucos governadores que me criticam o tempo todo dizem que eu não tenho liderança [para combater o coronavírus]. E eu lhes digo: as eleições de 2022 estão muito longe para iniciar esse tipo de ataque, essa tentativa de atrito infundado”, acrescentou ele.

Dória decretou uma quarentena no estado de São Paulo a partir de terça-feira depois de o Ministério da Saúde ter admitido que o número de mortes no Brasil por Covid-19 aumentou 63,63% m dia, de 11 na sexta-feira para 18 neste sábado, a maioria delas em São Paulo (15).

De acordo com o último boletim do Ministério, o número de casos confirmados de Covid-19 no Brasil aumentou 24,78%, de 907 na sexta-feira para 1.128 neste sábado.

Do total de casos, 40,69% (459) foram registados em São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, com 46 milhões de habitantes (22% da população brasileira).

Bolsonaro, que, de início, minimizou a importância do coronavírus, nos últimos dias admitiu a gravidade da situação, mas deixou claro que não se pode agir com “histeria”.

“É uma gripe para mim e, você pode ter certeza, para mais de 60% dos brasileiros não será nada. Eles não saberão nem sentirão no caso de o apanharem. Entendo que para os idosos e para as pessoas com doenças reais, contrair o vírus pode ser grave”, disse o Presidente.

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