"Se a economia gerada com pagamento de pensões ficar abaixo de 800 mil milhões de reais [181,5 mil milhões de euros] em dez anos, a situação fiscal do Brasil vai explodir em 2022", afirmou o Presidente brasileiro, que citou a Argentina como exemplo deste cenário, segundo o portal de notícias G1.
Nos últimos anos, a Argentina tem atravessado uma crise económica severa que causou a desvalorização da moeda local, inflação alta, baixo crescimento e aumento da pobreza.
O Brasil também enfrentou uma crise económica grave nos anos de 2015 e 2016 quando o Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu mais de 7%, mas conseguiu recuperar de maneira lenta nos últimos dois anos, registando duas altas consecutivas do PIB de 1,1%.
Aprovar mudanças no sistema de pagamento de pensões é um passo classificado por analistas do mercado e pelo próprio Governo brasileiro como fundamental para o reaquecimento da economia do país, dada a escalada do défice fiscal.
Hoje, o presidente da Câmara dos Deputados (câmara baixa parlamentar), Rodrigo Maia, anunciou que o deputado Samuel Moreira será relator do projeto sobre mudanças no sistema de pagamento de pensões numa comissão especial.
A proposta original enviada pelo Governo ao Parlamento foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Cámara dos Deputados na última terça-feira, com 48 votos a favor e 18 contra.
Desenhado pelo Ministério da Economia, as novas regras preveem uma série de alterações, sendo a principal o estabelecimento de uma idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.
Há também pontos polémicos que devem ser alterados pelos parlamentares brasileiros, que estão em desacordo com pontos relacionados com o corte da assistência dada a idosos pobres, pensões para quem vive em áreas rurais e a introdução de um sistema de capitalização para os jovens que entram no mercado laboral.
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