Numa conferência de imprensa em Bruxelas, após o Conselho de Associação com a Ucrânia, o chefe da diplomacia europeia advertiu que as últimas interações entre o Irão e os Estados Unidos apresentaram uma divergência nas posições.
“As posições estão mais distantes, o que é preocupante, e o processo está em perigo”, declarou.
Neste sentido, depois de Teerão ter exigido novas garantias, incluindo o fim da investigação em curso pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) sobre a sua atividade nuclear, Borrell afirmou que “se o objetivo é concluir o acordo rapidamente”, a resposta do Irão a uma proposta apresentada como texto final “não vai ajudar”.
Teerão assegurou nos últimos dias que necessita de “garantias mais sólidas” por parte de Washington para a reativação do acordo nuclear de 2015, sublinhando que a agência especializada da ONU “deve concentrar-se apenas nos seus deveres e responsabilidades”.
Por seu lado, Washington rejeitou tais exigências, classificando a resposta como “não-construtiva” e acrescentando que a parte norte-americana formulará a sua própria resposta.
Em 2018, após a decisão do então Presidente norte-americano, Donald Trump, de unilateralmente retirar os Estados Unidos do acordo nuclear assinado em 2015 por Teerão com o país e cinco outras potências – Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha -, foram levantadas sanções económicas ao Irão em troca de este reduzir drasticamente o seu processo de enriquecimento de urânio.
Quando Washington denunciou o acordo e reimpôs as sanções, Teerão afastou-se gradualmente dos compromissos assumidos no âmbito desse acordo, cujas negociações para o regresso decorrem há 16 meses ainda sem resultados.
Os Estados Unidos continuam a rejeitar a mais recente resposta escrita do Irão às conversações, porque o país ainda quer renegociar o que deveria ser a versão final do texto do acordo.
O Irão está agora a enriquecer urânio em quantidades mais próximas que nunca das necessárias à produção de armas nucleares, enquanto os governantes sugerem que Teerão poderá construir uma bomba atómica se assim o desejar, embora mantenham que o seu programa nuclear é pacífico, ao passo que os países ocidentais e os inspetores internacionais afirmam que Teerão teve um programa nuclear militar até 2003.
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