Após o encontro, o ministro das Comunicações do país, Fábio Faria, confirmou que o lançamento da nova ferramenta da aplicação de comunicações que permite grupos com milhares de pessoas somente ocorrerá no Brasil após as eleições presidenciais, marcadas para outubro.

Faria, frisou, porém, que esta decisão não tem nenhuma relação com um alegado acordo firmado entre a empresa e membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil para coibir a circulação de notícias falsas durante a campanha eleitoral.

“O WhatsApp deixou muito claro, e a Meta [grupo que controla a aplicação], que em nenhum momento atendeu um pedido do TSE para que fossem feitas estas mudanças em relação às comunidades apenas após as eleições”, afirmou Faria.

“Isto não houve, não ocorreu. Eles tomaram uma decisão global, olhando os concorrentes (…) Totalmente comercial. As decisões que tomaram foi em cima disso, nada a ver com eleições”, acrescentou o ministro brasileiro.

A reunião ocorre depois de Bolsonaro ter reclamado publicamente, numa conversa com apoiantes, de um alegado acordo firmado entre o WhatsApp e a justiça eleitoral do Brasil que previa o lançamento de novos serviços de rede de mensagens depois da eleição presidencial.

Segundo Bolsonaro, tal acordo seria “inadmissível” e “inaceitável” e declarou que pediu a reunião com os representantes do WhatsApp no Brasil, que ocorreu hoje.

Bolsonaro defende o uso irrestrito das redes sociais alegando que a moderação de conteúdo ou penas impostas aos seus apoiantes em razão da disseminação de notícias falsas fere a liberdade de expressão.

O Presidente brasileiro foi centro de diversas polémicas e escândalos relacionados com o alegado uso de recursos do Governo para disseminar notícias falsas contra adversários nas redes sociais e aplicativos de comunicação e também pelo uso que fez das redes sociais na última corrida, em que venceu as presidenciais alegadamente apoiado numa estratégia de disseminação de mentiras por apoiantes no WhatsApp e outras aplicações.