“A economia do Brasil vai provavelmente fortalecer-se no seguimento da conclusão das eleições presidenciais, já que uma maior clareza sobre a direção política vai melhorar o sentimento dos empresários e investidores”, diz esta consultora detida pelo mesmo grupo que detém a agência de notação financeira Fitch.
Na nota, enviada hoje aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que as consequências da vitória de Jair Bolsonaro, considerada “provável”, é “uma apreciação do real, já que os investidores aumentam a exposição aos ativos brasileiros, o que por sua vez vai ajudar a manter a inflação controlada”.
No entanto, os analistas alertam, depois de analisar a evolução da economia nos meses seguintes às eleições presidenciais no Brasil desde o princípio do século, que “os desempenhos anteriores podem fornecer apenas uma orientação limitada sobre os resultados no futuro, principalmente tendo em conta os peculiares riscos em jogo durante esta eleição”.
A consultora Fitch Solutions vê “riscos notáveis à continuidade das políticas”, duvidando também da existência de “reformas estruturais significativas durante uma Presidência Bolsonaro”.
Sobre o setor financeiro, esta consultora antevê um crescimento do crédito dado pelas instituições bancárias, o mesmo acontecendo com a procura por empréstimos, “alicerçado nas baixas taxas de juro e na descida dos custos de servir a dívida”.
Os riscos sobre a perspetiva de evolução da economia, no entanto, são em sentido descendente, “dada a probabilidade de a nova administração não conseguir acompanhar as expectativas do mercado sobre as reformas económicas, o que pode levar a uma inversão do sentimentos dos consumidores e empresários”, conclui a Fitch Solutions.
Jair Bolsonaro, de 63 anos, lidera as sondagens sobre a segunda volta das presidenciais do Brasil, mas é criticado por adotar ideais da extrema-direita e por já ter manifestado admiração pela ditadura militar, regime que governou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985.
Esta candidatura também desperta receio e críticas da comunidade internacional porque ao longo da carreira e também desta campanha Bolsonaro fez declarações públicas consideradas machistas, racistas, homofóbicas e de apologia à violência.
A segunda volta das presidenciais do Brasil acontece no dia 28 de outubro.
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