"Os hospitais sofrem com a falta de medicamentos e Bolsonaro e a sua turma usam dinheiro público para comprar o 'azulzinho'", escreveu no Twitter o deputado Elias Vaz (PSB-GO), que adiantou ter pedido uma explicação ao Ministério da Defesa sobre esse gasto "imoral".

O parlamentar disse que conseguiu essa informação no Portal da Transparência Governamental, que permite ter acesso aos dados dos gastos públicos mediante solicitação.

Segundo Vaz, os documentos não mencionam o nome Viagra, mas mostram a aprovação para a compra de milhares de comprimidos que contêm "sildenafila", molécula do famoso remédio usado para tratar a disfunção erétil.

O Ministério da Defesa explicou em nota à imprensa enviada à AFP que "a aquisição de sildenafila visa o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar", visto que medicamentos como o Viagra também permitem dilatar os vasos dos pulmões.

Esta justificação não impediu que os internautas fizessem piadas nas redes sociais, alguns evocando em particular a memória da "dita-dura" militar, em que generais ocuparam o poder entre 1964 e 1985.

"Há quem diga que as pílulas são para ajudar as Forças Armadas a f**** a Democracia com mais força do que têm feito ultimamente", ironizou o blog de sátira Sensacionalista. Caricaturas também mostraram tanques com o canhão voltado para baixo.

Num tom mais sério, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) lembrou que o governo do presidente Jair Bolsonaro aprovou esta norma enquanto vetou "a distribuição de tampões para mulheres pobres", antes de voltar atrás e aprová-la.

Freixo disse nesta segunda que se apresentaria ao Ministério Público Federal para que seja investigado, ainda, a possível compra superfaturada dos 35.000 comprimidos.