O “Projeto S” tem como objetivo avaliar “a eficácia da vacinação em massa durante o curso da pandemia” e seus impactos na redução da transmissão do vírus, segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Nas próximas oito semanas, um total de 30 mil pessoas maiores de 18 anos, exceto grávidas ou lactantes, serão vacinadas com a CoronaVac na cidade Serrana, localizada no interior do estado de São Paulo.

A CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, foi testada no Brasil pelo Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisas da América Latina, e tem sido a principal vacina aplicada no Brasil que ainda aguarda entrega de outras.

O estudo, considerado de alta complexidade, foi descrito pelos investigadores como “inédito” no mundo, pois também permitirá mensurar os impactos que a vacinação em larga escala terá sobre a carga do sistema de saúde da região, sobre a economia e o movimento de pessoas.

O Instituto Butantan espera que os primeiros resultados estejam disponíveis em 12 semanas, segundo o prefeito de Serrana, Léo Capitelli.

Com uma população de cerca de 45.000 habitantes, o município de Serrana foi escolhido para o estudo por reunir “três condições fundamentais” para sua realização.

A cidade tem uma população pequena, possui alto índice de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 (causador da covid-19) e está localizado próximo de um centro de pesquisa que irá processar os dados compilados.

“Por ser um projeto dessa magnitude, que precisa atender a certas variáveis, isso não seria possível em uma cidade grande”, acrescentou Capitelli.

O governador de São Paulo, João Doria, também saudou o início do projeto, que descreveu como “a vitória da ciência brasileira”.

“Esse estudo é pioneiro no mundo e será uma contribuição fundamental do Brasil para a ciência internacional, porque vai ajudar a controlar a pandemia do coronavírus”, escreveu Doria nas redes sociais.

O projeto começa num momento em que o Brasil vive um agravamento da pandemia, com mais de 240 mil mortes e quase 10 milhões de infetados, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde.