Nelson Teich havia assumido o cargo em 17 de abril, após a demissão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que discordava do Presidente do país, Jair Bolsonaro, na condução das medidas de combate ao novo coronavírus.

O Ministério da Saúde brasileiro também informou que uma conferência de imprensa está prevista para hoje à tarde para esclarecer as circunstâncias da demissão.

Segundo informações divulgadas pelos ‘media’ locais, deverá assumir interinamente o cargo de ministro da Saúde o secretário executivo da pasta, general Eduardo Pazuello.

O desgaste de Teich em menos de um mês no Governo ficou evidente esta semana, quando foi informado por jornalistas sobre um aumento na lista de atividades essenciais, decretado por Jair Bolsonaro, que incluiu barbeiros, cabeleireiros e ginásios desportivos entre atividades que poderiam funcionar durante o isolamento social decretado por prefeitos e governadores em todo o país.

O agora ex-ministro da Saúde também divergia de Jair Bolsonaro sobre a indicação do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes com covid-19.

Teich manifestou-se de forma reticente e disse que o uso das duas substâncias depende de avaliação médica e prévia autorização da família dos doentes, já que o efeito benéfico das substâncias não foi comprovado cientificamente, enquanto Bolsonaro defende a ampla aplicação destas drogas no combate à pandemia.

Esta é a segunda demissão no governo brasileiro no espaço inferior a um mês. Recorde-se que a 24 de abril Sérgio Moro, então ministro da Justiça e uma das maiores figuras do executivo dirigido por Jair Bolsonaro. Moro acusou o presidente de exonerar a liderança da Polícia Federal para ter acesso às investigações judiciais, algumas das quais que envolvem os filhos ou aliados.

No Brasil há o registo de 202.918 casos e 13.993 mortes provocadas pela covid-19.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 302 mil mortos e infetou mais de 4,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.