“No processo de construção de uma região democrática e economias abertas na América Latina, não podemos parar de ouvir um grito de liberdade hoje. Esse grito vem da Venezuela, do povo venezuelano”, disse Araújo numa reunião chefes da diplomacia do BRICS, que decorre no Rio de Janeiro.
“Toda a comunidade internacional precisa de ouvir esse grito, compreendê-lo e agir”, acrescentou o ministro brasileiro.
A crise na Venezuela é um fator de divisão dentro dos BRICS porque, enquanto o governo do Brasil reconhece o líder da Assembleia Nacional da Venezuela Juan Guaidó como chefe de estado daquele país desde janeiro, Rússia e China mantêm seu apoio ao Presidente Nicolás Maduro.
“O Brasil ouviu esse grito e eu peço a todos os senhores que também o façam. Na Venezuela há um governo constitucionalmente estabelecido. Por outro lado, um regime baseado na força, que produz miséria e sofrimento de seu povo e que causou o êxodo de quatro milhões de venezuelanos “, afirmou Araújo.
“Só uma Venezuela democrática corresponde aos nossos ideais. Nosso ideal não é ver um país sucumbir ao crime, à fome e à miséria”, acrescentou.
O ministro brasileiro disse que o Brasil, como único membro latino-americano do fórum dos BRICS, está à disposição para explicar a seus parceiros o que está a acontecer na Venezuela para que todos possam agir juntos.
“O Brasil sempre tenta entender as perspetivas dos outros países do BRICS nos conflitos em suas regiões próximas, como no Oriente Médio ou na Síria, e eu peço fortemente que vocês ouçam a perspetiva do Brasil sobre a Venezuela”, salientou.
O representante do Governo brasileiro acrescentou que os BRICS precisam discutir as principais questões internacionais com a mesma abordagem e cooperar de maneira soberana e construtiva para superá-los.
Araújo afirmou que seu país iniciou uma nova política internacional desde a chegada do Presidente Jair Bolsonaro ao poder, baseada em princípios, e que o Brasil quer compartilhar seus ideais com seus parceiros.
“Temos a visão de que o sistema multilateral não existe por si só, mas precisa ser renovado e baseado em princípios como os direitos humanos e a dignidade humana”, acrescentou.
Além de Araújo, os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, da China, Wang Yi e a ministra da África do Sul, Naledi Pandor, participaram no encontro.
A reunião também é preparatória para a décima primeira cimeira dos BRICS, que será realizada em Brasília, capital do Brasil, nos dias 13 e 14 de novembro e para a qual os chefes de Governo dos cinco países já confirmaram presença.
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