A presidente do PT apelidou hoje de “irresponsável” a resposta das autoridades de Brasília à invasão dos edifícios do poder e da justiça por apoiantes do ex-chefe de Estado Jair Bolsonaro.

“Governo do DF [Distrito Federal] foi irresponsável frente à invasão de Brasília e do Congresso Nacional”, escreveu na rede Twitter Gleisi Hoffman, presidente do PT, força política do Presidente Lula da Silva.

“É um crime anunciado contra a democracia, contra a vontade das urnas e por outros interesses. Governador e seu secretário de segurança, bolsonarista, são responsáveis pelo que acontecer”, disse a líder do PT.

O senador e líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, anunciou, também no Twitter, que está, juntamente com Gleisi Hoffman, a pedir ao procurador-geral da República “para que seja decretada intervenção na Segurança Pública do DF”.

O presidente nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Juliano Medeiros, disse à Lusa que “em primeiro lugar, é preciso usar toda a força disponível para restituir a normalidade em Brasília”.

“Em segundo lugar, é preciso responsabilizar o secretário de Segurança do Distrito Federal pela evidente conivência com esses atos terroristas, e ir mais longe: responsabilizar o governador do Distrito Federal. Ele não pode continuar governando o Distrito Federal ou dialogar com a bancada do PSOL na Câmara Distrital do DF para propor. É vítima do Ibaneis Rocha [governador do DF]”, disse o presidente do PSOL, partido de esquerda que apoiou a eleição de Lula da Silva.

Centenas de apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram hoje o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, numa manifestação em que pedem uma intervenção militar para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma semana após a sua tomada de posse.

Os manifestantes ultrapassaram as barreiras policiais e subiram a rampa que dá acesso à cobertura das sedes da Câmara dos Deputados e do Senado.

A polícia brasileira usou gás lacrimogéneo para tentar, sem sucesso, travar os manifestantes, que estavam concentrados no exterior do edifício.