Segundo a imprensa local, Moro foi ainda autorizado a dar aulas e a escrever artigos para a imprensa durante o período de seis meses, a contar a partir da data em que se demitiu do Governo, em 24 de abril.
O impedimento de exercer atividades profissionais logo após a saída do executivo foi justificado pelo potencial conflito de interesses, pelo facto de ter tido acesso a informações privilegiadas no Governo.
Sergio Moro pediu demissão do cargo ministerial no final de abril, acusando o Presidente do país, Jair Bolsonaro, de tentativa de interferência na Polícia Federal, na sequência da demissão do ex-chefe da instituição Maurício Valeixo.
Segundo Moro, Bolsonaro teria exigido a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro para evitar investigações a familiares e aliados.
“O Presidente disse-me, mais de uma vez, expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contacto pessoal dele, [para quem] ele pudesse ligar, [de quem] ele pudesse colher informações, [com quem] ele pudesse colher relatórios de inteligência. Seja o diretor [da Polícia Federal], seja um superintendente”, declarou Moro, quando pediu a demissão.
Desde então, Moro tem dado entrevistas e já foi ouvido pela Justiça contra Bolsonaro.
Moro foi um dos principais membros do Governo brasileiro e mantinha uma popularidade maior do que a do próprio chefe de Estado, com quem entrou em conflito algumas vezes, incluindo numa tentativa anterior de exoneração de Valeixo, em agosto do ano passado.
O ex-ministro ficou conhecido internacionalmente por liderar a Lava Jato, maior operação anticorrupção no Brasil, e por condenar o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Moro deixou a magistratura para se juntar ao Governo de Bolsonaro, mas vinha sofrendo desgastes consecutivos por divergências com o Presidente.
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