De acordo com a tutela, 374 das 1.504 mortes ocorreram nos últimos três dias, mas só foram incorporadas nos dados de hoje, após confirmação da causa de óbito.

As autoridades investigam ainda a eventual relação de 3.201 mortes com a doença causada pelo novo coronavírus, que tem agora uma taxa de letalidade de 3,2% no país sul-americano.

Além de ser o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia, apenas atrás dos Estados Unidos da América, o Brasil é também a segunda nação com maior número de pacientes recuperados (2.670.755), sendo que 748.217 infetados continuam sob acompanhamento médico.

Em território brasileiro, o foco da pandemia encontra-se em São Paulo, o estado mais rico e populoso do país, com cerca de 46 milhões de habitantes, que concentra oficialmente 735.960 pessoas diagnosticadas com covid-19 e 28.155 vítimas mortais.

Pela primeira vez desde a chegada da pandemia ao Brasil, registada oficialmente no país em 26 de fevereiro, o estado de São Paulo não tem regiões na “fase vermelha”, a mais restritiva de um plano de flexibilização da economia elaborado pelas autoridades locais, informou hoje o Governo estadual.

“São bons sinais que indicam que a pandemia no estado está em declínio em São Paulo (…). Esses bons sinais fortalecem-nos no enfrentamento da pandemia, mas devem ser registados com muita prudência, cautela e atenção”, afirmou hoje à imprensa o vice-governador estadual, Rodrigo Garcia.

O “Plano São Paulo” dividiu o estado em 22 regiões e sub-regiões, reunindo grupos de municípios sujeitos às mesmas regras. As fases de restrições e flexibilizações do funcionamento de serviços, comércio e atividades são divididas em vermelha (1), a mais restrita, laranja (2), amarela (3), verde (4) e azul (5), a mais branda.

Além de não ter nenhuma região na fase vermelha, São Paulo também não tem nenhum município nas categorias verde e azul.

O Brasil, que tem cerca de 210 milhões de habitantes, fez mais de 11 milhões de testes desde o início da pandemia, mas apenas 38% deles foram do tipo RT-PCR — o único capaz de identificar se o vírus ainda está ativo no corpo humano –, segundo um levantamento feito pelo portal de notícias G1, com dados das secretarias estaduais de saúde.

De acordo com as informações recolhidas, o Brasil faz, na maioria, testes sorológicos – que identificam anticorpos ao vírus -, o que indica que a testagem no país sul-americano não é eficaz, segundo especialistas ouvidos pela rede Globo.

“Apesar do aumento do volume total de testes, grande parte dos novos testes que o Brasil tem feito nos últimos meses são imunológicos. Os testes de laboratório continuam numa quantidade constante desde o fim de maio. Esse número precisa de aumentar se queremos seguir para uma reabertura consciente e controlando a situação daqui para a frente”, disse ao G1 o especialista em microbiologia Atila Iamarino.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 793.847 mortos e infetou mais de 22,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.