Os números foram divulgados pelo próprio Governo brasileiro, que dá conta de 3.001 mortes contabilizadas nas últimas 24 horas.
O Brasil precisou de pouco mais de um mês (36 dias) para passar dos 300 mil aos 400 mil mortos, somando 100 mil óbitos nesse intervalo de tempo.
Os números oficiais mostram que o ritmo das mortes pela doença no país quadruplicou: a marca dos primeiros 100 mil óbitos no Brasil foi atingida em quase cinco meses - 149 dias - após a primeira pessoa morrer pela doença no país, em março do ano passado. Dos 100 mil para os 200 mil, passaram-se outros cinco meses - 152 dias. Contudo, para chegar aos 300 mil, foram necessários apenas 76 dias, número que agora diminuiu quase para metade.
Abril é mesmo o mês mais letal da pandemia na nação sul-americana, sendo que nestes 29 dias morreram mais de 79 mil pessoas devido ao novo coronavírus.
Em relação às infeções, o país sul-americano, com 212 milhões de habitantes, somou 69.389 casos nas últimas 24 horas, elevando o total para 14.590.678, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
Geograficamente, São Paulo continua a ser o foco da pandemia no país, totalizando 2.888.158 casos e 95.532 vítimas mortais.
Entre os fatores que potenciaram o repentino aumento de mortes e casos no país estão a circulação de variantes mais infecciosas, incluindo duas de origem brasileira, conhecidas como P.1 e P.2, o relaxamento de medidas restritivas e a exaustão do confinamento.
Contudo, a situação epidemiológica melhorou ligeiramente nas últimas duas semanas, embora continue em níveis extremamente elevados, com especialistas a preverem uma terceira vaga.
A taxa de incidência da doença no país é agora de 191 mortes e 6.943 casos por 100 mil habitantes e a taxa de letalidade está fixada em 2,7%.
Nas últimas semanas, os especialistas têm notado um "rejuvenescimento" da pandemia no Brasil, que tem atingido cada vez mais jovens, com a faixa etária entre 20 e 29 anos a ser a que registou maior aumento de mortes, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A Fundação indicou ainda que foi entre os 40 e 49 anos que se deu o maior crescimento do número de casos de infeção.
Diariamente, no país, são registadas aglomerações nos transportes público das grandes cidades, festas clandestinas e encontros em estabelecimentos proibidos, como bingos, sem qualquer medida sanitária de prevenção contra o novo coronavírus, fatores que têm contribuído para este rejuvenescimento da pandemia.
Além disso, o Presidente do país, Jair Bolsonaro, tem sido a principal figura do país a incitar ao desconfinamento, algo que ocorre desde o início da pandemia.
Bolsonaro, considerado um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da doença, chegou a classificar a covid-19 de "gripezinha", continua a censurar a adoção de medidas de isolamento social, criticou várias vacinas e chegou a pôr em dúvida a eficácia das máscaras.
Essa postura levou a que fosse instalada uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) contra si, que investigará alegadas omissões do seu Governo na pandemia.
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