O incidente decorreu esta tarde, adianta o portal G1, da Globo. De acordo com a Polícia Civil brasileira, um veículo avançou sobre as pessoas que se encontravam a bloquear a Rodovia Washington Luís, em Mirassol, no estado de São Paulo.

Testemunhas gravaram o incidente em tempo real (as imagens podem impressionar).

De acordo com a Polícia Militar, citada pela imprensa local, das dez pessoas que ficaram feridas no atropelamento, duas são jovens de 11 e 12 anos e três são agentes da polícia. Houve dois feridos graves que precisaram de ser transportados para o Hospital de Base de Rio Preto.

O motorista do carro foi detido, sendo visível noutro vídeo captado no local como a multidão começou a atacar o carro quando este parou depois do atropelamento.

As manifestações de hoje, que acontecem num feriado no Brasil, seguiram-se a protestos maciços de camionistas pro-Bolsonaro que desde segunda-feira bloquearam cerca de 600 autoestradas em todo o país para protestar contra a vitória de Lula.

Hoje, de acordo com a Polícia Rodoviária, os bloqueios persistiram em cerca de 150 pontos em 15 dos 27 estados do país e em muitos casos foram apenas parciais, obstruindo mas não bloqueando completamente o tráfego.

Em alguns locais, como na cidade paulista de Baruerí, as estradas foram libertadas por uma intervenção firme da polícia, que dispersou os camionistas com gás lacrimogéneo, mas sem quaisquer confrontos ou baixas.

O protesto dos camionistas começou a perder intensidade depois de Bolsonaro ter concedido a derrota e determinado que o governo iniciaria o processo de transição com a equipa de Lula, que está agendado para quinta-feira.

Bolsonaro fez uma declaração sobre o resultado das eleições na terça-feira, cerca de 45 horas após a contagem oficial ter confirmado a vitória do líder progressista.

Num breve discurso, disse que os protestos foram o resultado da indignação e de um sentimento de injustiça pela forma como decorreu o processo eleitoral.

Disse que as "manifestações pacíficas" eram "bem-vindas", mas reforçou que os seus métodos "não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população", e salientou que ninguém pode impedir "o direito de ir e vir".

Durante as manifestações às portas dos quartéis Bolsonaro permaneceu em silêncio, tal como Lula, cuja equipa anunciou que o Presidente eleito passará "dois ou três dias" numa praia do nordeste do país, a fim de descansar após uma dura campanha eleitoral.

(notícia atualizada às 21h59)

*com Lusa