Em declarações à Lusa após ter participado na iniciativa que começou às 08:00 (hora local, mais uma do que em Lisboa) e durou cerca de nove horas, Sara Ramalho, nadadora de 33 anos natural de Viana do Castelo, disse estar "muito contente" e que "correu tudo bem".

"Gostámos muito, foi uma experiência muito bonita, tivemos alguns períodos com correntes contra, mas foi tudo favorável", contou Sara Ramalho, natural de Viana do Castelo, que vive há 10 anos em Madrid.

"Tivemos um bocadinho de frio no princípio, embora a água estivesse a uma temperatura quente, cerca de 24 graus, mas como saímos muito cedo, custou-nos a aquecer, mas depois correu tudo bem", disse ainda a nadadora.

Sara Ramalho explicou que o objetivo da iniciativa é aumentar a consciencialização sobre a poluição marítima "e inspirar o mundo a repensar o uso de plástico".

Além da portuguesa, integram o projeto solidário "Brazadas de Vida" as nadadoras espanholas Célia Pascual, de Huelva, Marina Martinez, de Villena (Alicante), e Nuria Consuegra, de Madrid.

Natural de Monserrate, em Viana, Sara Ramalho é licenciada em gestão, trabalha em ‘marketing’ e reside na capital espanhola, desde 2009.

A ação solidária teve início cerca das 08:00 (hora local, mais uma do que em Lisboa), na praia de La Reya, no porto de Mazarrón.

Em 2017, as quatro mulheres nadaram durante seis horas entre as ilhas de Formentera e Ibiza, numa ação solidária para ajudar os refugiados que atravessam o Mediterrâneo.

Na altura, pretendiam angariar 10.800 euros, equivalentes ao número de braçadas que cada uma teve de dar para percorrer os 18 quilómetros que separam as duas ilhas Baleares.

"Conseguimos juntar 9.600 euros para a Proactiva Open Arms - uma Organização Não Governamental (ONG), com sede em Barcelona, especializada em salvamento marítimo e que intervém no mar Mediterrâneo com operações de resgate de milhares de refugiados que procuram uma nova vida", explicou Sara Ramalho.

A natação, "paixão" partilhada pelas quatro nadadoras de um clube de Madrid, deu forma ao projeto "Brazadas de Vida" que este ano escolheu como beneficiário o projeto #HeroesDelMar, promovido pela Asociación Ambiente Europeo (AAE).

Trata-se de "uma organização sem fins lucrativos dedicada à proteção do meio ambiente através de projetos baseados na consciencialização social dos problemas ambientais e na capacidade dos cidadãos de contribuir para sua solução".

"Apesar de este ano a angariação de fundos não ser o principal objetivo na nossa página ‘Brazadas de Vida’, há essa opção através de uma campanha de ‘crowdfunding' [financiamento colaborativo], para tentar reunir cerca de 2.500 euros", destacou.