“A preocupação primeira é a salvaguarda dos 400 mil portugueses que vivem e trabalham no Reino Unido e também das muitas empresas que exportam e tem no Reino Unido um grande parceiro comercial”, declarou Assunção Cristas, no final de uma reunião com o negociador-chefe da União Europeia para o ‘Brexit’, Michel Barnier, na sede do CDS-PP, em Lisboa.
Assunção Cristas frisou que é preciso manter a garantia de que as pessoas podem continuar a fazer as suas vidas, a trabalhar e a estudar no Reino Unido, admitindo que “nas fases de transição” há sempre “inquietudes” por parte dos cidadãos e elogiando o trabalho da União Europeia no sentido de tranquilizar os europeus.
A presidente do CDS-PP defendeu a necessidade de que o processo negocial, que deverá estar concluído até março de 2019, deixe os Estados membros da União Europeia e o Reino Unido “numa situação em que sintam que, apesar de tudo, houve uma boa negociação” e rejeitou uma “lógica punitiva”.
Por outro lado, Assunção Cristas advertiu que, com o ‘Brexit’, a “dimensão atlântica” da União Europeia fica “mais frágil”, o que exige “muita atenção” visando que aquela dimensão se mantenha como “um pilar muito importante”.
“É importante que a dimensão atlântica não se perca e não fique fragilizada e que os países que ficam, e Portugal à cabeça desse grupo de países, continuem a puxar a agenda do mar e do oceano atlântico também para o centro das preocupações europeias”, defendeu.
Quanto ao ponto atual das negociações, Assunção Cristas considerou que existe uma “posição muito forte e sólida dos 27 países” e disse registar “muita instabilidade e muita inquietude” por parte do Reino Unido.
“Nós vemos as notícias e vários políticos de renome tomarem posição quase que pedindo uma reversão deste processo que será naturalmente muito difícil ou mesmo impossível, mas é importante que este processo chegue ao fim dentro dos calendários previstos e com tranquilidade”, sustentou.
Michel Barnier, que hoje não prestou declarações no final da reunião com a direção do CDS-PP, afirmou na quinta-feira à noite que “todos os cidadãos portugueses” no Reino Unido “devem registar-se” para garantir os seus direitos após a saída da União.
“A segurança jurídica dos cidadãos [europeus] a viver no Reino Unido será a ratificação do tratado” de saída daquele país da UE, disse Barnier, numa audição na comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República.
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