"Tendo em conta o incrível desempenho do Liverpool na noite de ontem [terça-feira], talvez a primeira-ministra pudesse pedir algumas dicas a Jürgen Klopp sobre como obter um bom resultado na Europa", ironizou Corbyn, durante o debate semanal dos deputados com May.
O Liverpool conseguiu anular uma vantagem de 3-0 que o FC Barcelona trazia da primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões de futebol, ao vencer 4-0 em casa e apurar-se para a final da competição.
A chefe do governo respondeu com a sua própria interpretação, dizendo que o que a vitória "mostra é que quando todos dizem que está tudo acabado, quando a oposição europeia pensa que já ganhou, quando o tempo está a esgotar-se e é melhor admitir a derrota, mas na verdade é possível garantir um triunfo se todos se unirem".
Ambos referiam-se, sem o dizer explicitamente, ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia UE), atualmente num impasse devido à dificuldade do governo em fazer passar um acordo de saída pelos deputados, que já chumbaram três vezes o texto negociado com Bruxelas.
O governo e o principal partido da oposição estão em negociações há um mês para tentar chegar a um entendimento que consiga ultrapassar o impasse, mas terça-feira o ministro do Gabinete, David Lidington, admitiu que tal não será possível antes das eleições europeias, a 23 de maio, como era desejado.
O Conselho Europeu deu ao Reino Unido até 31 de outubro para aprovar um acordo que permita uma saída ordenada do bloco europeu, que estava inicialmente prevista para 29 de março.
O líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), Ian Blackford, instou Theresa May a atualizar o parlamento sobre o estado das negociações, que a imprensa britânica chegou a especular esta semana que poderiam estar prestes a resultar num pacto.
"Estamos a trabalhar num acordo que possa garantir uma maioria desta casa", resumiu apenas a primeira-ministra.
May foi confrontada pela deputada eurocética Andrea Jenkyns, do seu partido Conservador, que exortou a líder a demitir-se tendo em conta a pesada derrota nas eleições locais da semana passada, que resultou na perda de 1.300 lugares em autarquias inglesas.
A primeira-ministra tem também estado sobre pressão do seu grupo parlamentar, que quer que ela torne claro o calendário para a sua saída, que May disse que só vai acontecer após a aprovação do acordo para o ‘Brexit'.
"Lamento que tenhamos visto tantos bons vereadores conservadores perderem os seus assentos na semana passada, muitas vezes sem culpa própria", confiou a líder conservadora.
Porém, continuou, "esta não é uma questão sobre mim", lembrando que o voto dos eurocéticos contra o acordo de saída é a razão pela qual o Reino Unido ainda não saiu da UE.
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