As cinco condições do líder trabalhista incluem uma “união aduaneira permanente e abrangente em todo o Reino Unido” que implique “um alinhamento com o código alfandegário comum, uma tarifa externa comum e um acordo sobre política comercial que inclua poder de decisão do Reino Unido sobre os futuros acordos comerciais da União Europeia”.
Corbyn também quer um alinhamento estreito com o mercado único da UE, um “alinhamento dinâmico dos direitos e proteções” para os trabalhadores, a participação em agências da UE e programas de financiamento e, por fim, acordos sobre segurança, como a manutenção do acesso ao mandado de detenção europeu.
O líder trabalhista vinca que May não terá o seu apoio apenas se obtiver concessões da União Europeia sobre a questão da fronteira da Irlanda do Norte.
Porém, a primeira-ministra já apontado no passado objeções a esta posição de Corbyn, porque tal impediria o Governo britânico de comandar a sua própria política comercial e negociar acordos bilaterais com países terceiros.
Para já, Theresa May está empenhada em tentar renegociar uma alternativa à solução de salvaguarda, conhecida como ‘backstop’, para evitar uma fronteira com controlos na Irlanda do Norte com a vizinha Irlanda.
Theresa May encontra-se hoje em Bruxelas com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, com o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, e com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Na sexta-feira, a primeira-ministra britânica viaja até Dublin para uma reunião com o homólogo irlandês, Leo Varadkar, quando vão faltar apenas 49 dias para a saída do Reino Unido da UE, a 29 de março.
A fronteira aberta para a livre circulação de pessoas, bens e serviços é um compromisso assumido nos acordos de paz para o território assinados em 1998 pelos governos britânico e irlandês, no âmbito da União Europeia.
A solução prevista no Acordo de Saída negociado entre o governo e Bruxelas será ativada se não estiver concluído um novo acordo comercial após o período de transição, no final de 2020, mantendo o Reino Unido na união aduaneira europeia e a Irlanda do Norte sujeita a certas regras do mercado único.
Conservadores eurocéticos e o Partido Democrata Unionista opõem-se, alegando que existe o risco de ficar em vigor por tempo indeterminado e de forçar a Irlanda do Norte a cumprir um quadro regulatório diferente do resto do país.
Esta posição contribuiu para a rejeição em 15 de janeiro por uma margem de 230 votos do acordo negociado por Theresa May com Bruxelas e a aprovação por uma margem de 16 votos de uma proposta que defende a renegociação do tratado para substituir aquele mecanismo por uma alternativa.
A primeira-ministra prometeu que voltaria ao parlamento a 13 de fevereiro para uma nova declaração sobre o ‘Brexit’ se não conseguir um novo acordo, a que se segue um novo voto dos deputados.
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