“As negociações do ‘Brexit’ constituem uma situação sem precedentes na União Europeia […]. O Reino Unido é um mercado extremamente importante, o 5.º em termos de exportações, com 575 milhões de euros por ano”, disse Luís Medeiros de Vieira, durante uma audição parlamentar com as comissões de Assuntos Europeus e Agricultura e Mar.
De acordo com o governante, cerca de 311 milhões de euros correspondem a exportações do setor agroalimentar, 225 milhões de euros do setor agroflorestal e o restante ligado ao setor da pesca.
Entre os produtos exportados encontram-se a pasta de papel, vinhos, tomate transformado, azeite e conservas.
No sentido inverso, Portugal importa do Reino Unido fundamentalmente bebidas alcoólicas, como whiskeys e trigo.
Luís Medeiros Vieira indicou ainda que, no caso de uma saída brusca, ou seja, sem acordo, “há que ter em conta um conjunto de implicações”, inerentes ao facto do Reino Unido se tornar um país terceiro.
“Temos que ter em conta a pauta aduaneira do Reino Unido, o que significa que alguns produtos vão ficar mais expostos que outros, como o Vinho do Porto e, eventualmente, o concentrado de tomate”, explicou.
No entanto, o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação ressalvou que, no caso do Vinho do Porto, não devem verificar-se problemas de maior, tendo em conta que os ingleses se identificam com este produto.
Na quarta-feira o parlamento britânico rejeitou uma saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo. Hoje a Câmara dos Comuns deverá votar a prorrogação do processo para depois de 29 de março.
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