"Temos de pensar que temos uma grande comunidade no Reino Unido e temos de pensar no fluxo de turismo para a Madeira e para o Algarve, que são os dois principais destinos nacionais do turismo inglês", advertiu.

O chefe do governo madeirense considerou também que o Brexit é um "processo suicidário", sublinhando que a saída do Reino Unido da União Europeia será "catastrófica", sobretudo para o próprio Reino Unido.

"O que se está a discutir neste momento já nem sequer é a saída, mas uma questão de poder. Há disputas de poder entre as diversas forças do Partido Conservador e do Partido Trabalhista", afirmou, no decurso de uma visita a Câmara de Lobos, na zona oeste da Madeira.

O parlamento britânico reprovou na terça-feira de forma expressiva o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia negociado pelo Governo da primeira-ministra, Theresa May, com Bruxelas, com 432 votos contra e 202 a favor.

Registou-se, assim, uma desvantagem de 230 votos, sendo que 118 dos votos contra foram de deputados do próprio Partido Conservador da primeira-ministra.

Após ser conhecida a derrota do Governo conservador de Theresa May, o líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, apresentou na câmara baixa do Parlamento uma moção de censura contra o executivo, para ser debatida e votada hoje, e que, a ser aprovada, poderá desencadear a convocação de eleições legislativas antecipadas.

Para ser bem-sucedida, uma moção de censura precisa de pelo menos 320 votos a favor, mas a oposição ocupa apenas 308 lugares dos 650 da Câmara dos Comuns, pelo que terá de conseguir o apoio de outros deputados.

Com o chumbo de terça-feira, a dois meses e meio da data (29 de março) prevista para a saída, já esperado por políticos, imprensa e analistas, o processo fica com um futuro incerto.