O parlamento britânico poderá escolher entre sair da União Europeia (UE) ou pedir um adiamento da data do 'Brexit' se o acordo que o Governo apresentar nas próximas semanas for rejeitado, prometeu hoje a primeira-ministra britânica.

Theresa May reiterou que o chamado "voto significativo" será repetido até 12 de março e que, se o texto submetido for chumbado, os deputados poderão decidir se o calendário de saída do Reino Unido da UE se mantém ou é pedida uma "extensão curta e limitada" para além de 29 de março.

O governo britânico vai continuar hoje a negociar em Bruxelas alterações à solução para a fronteira da Irlanda do Norte, designada por ‘backstop’ no Acordo de Saída negociado com Bruxelas.

Este mecanismo de salvaguarda consiste na criação de “um território aduaneiro único” entre a UE e o Reino Unido para assim evitar uma fronteira física entre a República da Irlanda, Estado-membro da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte.

A solução só seria usada caso a parceria futura entre Bruxelas e Londres não ficasse fechada até ao final do período de transição, que termina a 31 de dezembro de 2020.

Porém, um grande número de deputados britânicos, sobretudo eurocéticos, teme que o país fique indefinidamente numa união aduaneira com a UE, e defendem a substituição do ‘backstop’ por “providências alternativas”.

O governo precisa de uma maioria de votos no parlamento para ratificar um acordo que garanta uma saída ordenada do bloco europeu, mas o texto negociado com Bruxelas foi rejeitado em 15 de janeiro por uma margem de 230 votos, incluindo de 118 deputados do partido Conservador.