"Eu penso que nós teremos um acordo. Obviamente o primeiro passo é que na cimeira no domingo haja um acordo entre os 28 países da União Europeia, mas depois seguir-se-á um grande debate no parlamento do Reino Unido. Estou confiante que os meus colegas considerando as alternativas, incluindo a disrupção e o caos de sair sem um acordo, penso que irão reconhecer que é no interesse de todos de avançar com o acordo", afirmou em declarações à Lusa.
O acordo de princípio sobre a declaração política que servirá de base para as negociações da relação pós-'Brexit' não alterou a posição dos principais opositores de Theresa May, alimentando cada vez mais um cenário de chumbo do acordo na câmara baixa do Parlamento britânico, numa votação que deverá acontecer em meados de dezembro.
Greg Clark mostrou-se ainda "desapontado" com o Governo espanhol, que voltou hoje a sublinhar que mantém o seu voto contra, esperando que até domingo o atual texto seja alterado no que concerne a Gibraltar.
"Estamos desapontados que tenha surgido muito tarde nas negociações. O texto final foi acordado depois de um período de dois anos de negociações e os negociadores estão contentes com ele e uma das mensagens que chegou de Bruxelas é que não é possível fazer alterações ao acordo nesta fase. Portanto, espero que possa ser possível que Espanha concorde com os outros parceiros que negociaram o acordo por forma a que não seja um problema", defendeu.
O enclave de sete quilómetros quadrados com 32.000 habitantes e com fronteira no sul de Espanha é território britânico, mas é reivindicado pelas autoridades espanholas, que exigem agora uma "garantia absoluta" de que em todas as matérias relacionadas com Gibraltar no futuro compromisso sobre o ‘Brexit’ é "necessário o acordo prévio de Espanha".
Greg Clark, que falou à Lusa à margem de uma visita ao Laboratório de Redes Elétricas Inteligentes e Veículos Elétricos do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) no Porto, disse ainda que este é um "acordo justo que implementa fielmente o ‘Brexit’, mas mantém a possibilidade de uma relação comercial, cultural e científica próxima e amigável" com os seus parceiros mais próximos na União Europeia.
Os chefes de Estado e de Governo dos 27 países que permanecerão na União Europeia após o 'Brexit' realizarão um Conselho Europeu extraordinário no próximo domingo, em que deverão aprovar o esboço preliminar alcançado entre Londres e Bruxelas.
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