Jamie Spears tinha o papel de ‘conservator’ da filha desde 2008, que nos Estados Unidos é como um cuidador. Os termos do acordo entre Britney e o pai, em tribunal, nunca foram tornados públicos, mas sabe-se que a autonomia da cantora ficou restringida.
Desde 2008 que o pai teve o poder de limitar as visitas de Britney, com exceção do advogado da filha. Também teve o poder de comunicar com o médico da artista e de ter acesso aos registos médicos, onde constam os tratamentos e diagnósticos.
Um regime de tutela deste tipo (conservatorship, em inglês) é normalmente dado a indivíduos que não são capazes de tomar decisões sozinhos, tais como as pessoas que sofrem de demência ou outro tipo de doença mental.
Jamie deixou de ser o "guardião legal" e de supervisionar a vida pessoal da filha em 2019, devido a problemas de saúde. Dia 22 de agosto termina o papel do pai como ‘tutor’ e, de acordo com o documento entregue no Tribunal Superior da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos, "Britney opõe-se fortemente contra o regresso de James como ‘conservator’ da sua pessoa”.
O documento explica também que a cantora estava a favor do papel do pai que a “resgatou do colapso, exploração por indivíduos predadores e da ruína financeira” e que a tornou “capaz de voltar a ganhar a posição dela como uma artista de calibre mundial”.
No entanto, Britney Spears, agora com 38 anos, quer que a pessoa que tomou o lugar do pai em 2019 o substitua permanentemente depois de a ‘tutela’ poder ser alargada, a 22 de agosto. Essa pessoa é a sua ‘manager’, Jodi Montgomery.
Este documento revela também que a pop star não pensa em atuar em breve. A sua última atuação data de outubro de 2008, já que cancelou os planos para Las Vegas, em 2019, devido ao estado de saúde do pai, Jamie. “É importante pôr a família primeiro”, justificou aos fãs na altura.
Em julho deste ano, a mãe de Britney, Lynne Spears, também fez um pedido ao tribunal para ser incluída na tutela da filha. Lynne divorciou-se de Jamie Spears em 2002, embora se tenham reconciliado em 2010.
Alguns fãs de Britney Spears acreditam que ela foi forçada a aceitar a situação de estar sob a tutela do pai e, por isso, têm em mãos a campanha "Libertem Britney", através das redes sociais e da hashtag #FreeBritney. A campanha remonta a 2009, quando os fãs fizeram saber que discordavam da tutela.
Na origem de tudo está um comportamento errático por parte da pop star americana em 2007, após se divorciar de Kevin Federline. Nessa altura, Britney perdeu a custódia dos dois filhos, Jayden e Sean, apesar de poder ter visitas frequentes.
A situação de Britney fez correr muita tinta e disparar muitas câmaras fotográficas quando rapou a cabeça e foi fotografada a bater num carro de um papparazo com um guarda-chuva, entre outros incidentes, como conduzir com o filho Sean ao colo e sem cinto. Após recusar entregar os filhos numa operação policial que durou três horas, em janeiro de 2008, foi levada de ambulância e colocada em cuidados psiquiátricos. Chegou a ser internada algumas vezes para fazer tratamentos de desintoxicação.
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