Há cerca de duas semanas, Britney Spears pediu o fim da tutoria legal, definida em 2008, que deu ao seu pai o poder de gerir a sua vida financeira e pessoal devido a receios em torno da sua saúde mental.

Ao fim de 13 anos, a cantora considerou a tutoria “abusiva”. Em tribunal disse que "esta tutoria está a fazer mais mal do que bem. Mereço ter uma vida", vincou. A cantora norte-americana quer casar com o atual companheiro, Sam Asghari, e ser novamente mãe, algo que a tutoria não permite.

Spears revelou ainda detalhes que não eram conhecidos: além de ser obrigada a consumir medicação de contraceção, em 2019 foi forçada a ingerir lítio depois do fim abrupto dos ensaios para uma atuação residente em Las Vegas.

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"Tudo o que quero é poder ter o meu dinheiro e que isto acabe", sublinhou.

O pedido, todavia, foi recusado pelo tribunal.

O mediatismo deste processo criou uma discussão alargada sobre a temática das tutorias no país, uma prática que pode pressupor o aproveitamento da condição psicológica e/ou física de alguém para controlo de todo o património e decisões a respeito da vida dessa pessoa, criando um sistema abusivo.

No caso específico de Brioney Spears, tal deu mesmo origem a um movimento intitulado "#FreeBritney" ("Libertem a Britney"), tema do último episódio do podcast Acho que Vais Gostar Disto.

O mais recente desenvolvimento é o afastamento do agente que a acompanhou a longo das últimas duas décadas: Larry Rudolph.

Numa carta publicada no site Deadline e dirigida ao pai de Britney Spears, o agente, que também representa os Aerosmith, disse que "passaram dois anos e meio desde que comuniquei pela última vez com a Britney, quando esta me informou que queria fazer uma pausa por tempo indeterminado. Hoje fiquei a saber que a Britney tem dado a conhecer a sua intenção de se retirar oficialmente [dos palcos]. Como sabem, nunca integrei a sua tutoria legal ou as suas decisões, pelo que não estou ao corrente de muitos destes detalhes. Fui originalmente contratado a pedido da Britney para a ajudar a administrar a sua carreira. E, como agente da Britney, acredito que é do seu interesse que eu me demita, uma vez que s meus serviços já não são necessários".

"Ficarei sempre muito orgulhoso do que alcançamos nos 25 anos em que estivemos juntos. Desejo à Britney toda a saúde e felicidade do mundo, e estarei lá para ela caso venha a precisar de mim de novo, tal com sempre estive", acrescentou.

Em fevereiro deste ano, a vida de Britney Spears voltou à esfera pública com o lançamento do documentário “Framing Britney Spears”, focado na trajetória da cantora norte-americana, incluindo os momentos de maior popularidade e os acontecimentos que levaram a que a sua vida passasse a ser controlada pelo pai.

Aos 39 anos, Britney Spears “não pode dispor livremente do seu dinheiro ou assinar nenhum documento sem autorização prévia, o que a levou a uma árdua batalha judicial contra o pai”. O trabalho do The New York Times “explora a base legal da tutela, assim como os requisitos que devem cumprir tanto Spears como os tutores designados pelo tribunal”.

Britney Spears estreou-se oficialmente em 1999 quando editou o álbum “…Baby One More Time”, que vendeu mais de cem milhões de exemplares em todo o mundo.

Na sequência do documentário “Framing Britney Spears”, tornaram-se virais movimentos para pedir a “libertação” da artista do controlo do pai (“#FreeBritney”) e para levar a que quem a criticou e julgou, na altura, viesse agora pedir desculpa.

Sendo uma das artistas que mais venderam no virar do século, a norte-americana é a intérprete de temas como “Oops!… I Did It Again”, “Toxic” e “Womanizer”.