A ex-supermodelo não revelou a identidade do seu agressor, mas disse que se encontrou com o homem — que já conhecia — logo depois se sair da faculdade, acreditando ser uma reunião de trabalho para discutir a sua participação num novo filme.
O homem levou-a para o seu hotel alegando que chamaria um táxi para ela a partir do seu quarto. Ao invés disso, foi para a casa de banho antes de voltar nu e agredi-la, contou Shields.
"Não lutei. Fiquei totalmente paralisada. Achei que o meu único 'não' deveria ter sido suficiente. E pensei 'fica viva e vai embora'" lembra no documentário.
Após o incidente, Shields lembra-se de ter ligado para o seu amigo e chefe de segurança Gavin de Becker. "Isso é violação", disse ele, ao que ela respondeu: "Não estou disposta a acreditar nisso".
Shields nunca tinha falado publicamente sobre o incidente até agora.
Fazendo eco ao movimento MeToo, a revelação é um dos vários momentos chocantes do filme, que estreará na plataforma de streaming Hulu em duas partes.
A primeira parte examina a intensa sexualização que Shields experimentou quando criança, incluindo uma provocante sessão de fotografias nua aos 10 anos, e a sua aparição como prostituta infantil no filme "Pretty Baby", aos 11.
O documentário mostra uma jovem Shields a ser submetida a perguntas obscenas de jornalistas muito mais velhos do que ela sobre os seus papéis em filmes como "A Lagoa Azul" e "Um Amor Infinito", além da série de polémicos anúncios de calças de ganga da Calvin Klein em que apareceu.
Após alcançar a fama mundial na adolescência, Shields frequentou a Universidade de Princeton, tendo inicialmente dificuldade em encontrar papéis de atriz novamente após a conclusão do curso, o que a levou a um encontro com o seu suposto violador.
O documentário, que rendeu a Shields aplausos de pé na sua estréia em Sundance, também narra a subsequente obsessão dos media com a sua virgindade, o alcoolismo da sua mãe e o seu primeiro casamento com o astro do ténis Andre Agassi.
Shields, de 57 anos, disse que "sentiu que era o momento certo da vida" para se envolver num documentário desta natureza. "A indústria em que eu estava prepara-te para seres excluída e eu não queria perder-me nisso. Não queria tornar-me nessa vítima", diz.
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