Covas ocupava o cargo de prefeito desde abril de 2018, quando substituiu João Doria, eleito para governar a capital ‘paulista’ em 2016, mas que deixou o cargo para ser eleito governador do estado de São Paulo.
Covas foi reeleito pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) com pouco mais de 59,3% dos votos válidos e 96,3% das urnas apuradas, quando a sua vitória foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil.
O seu opositor, Guilherme Boulos, candidato de esquerda do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que fez uma campanha balizada no uso das redes sociais, obteve 40,6% dos votos.
Na sexta-feira, Boulos anunciou que testou positivo à covid-19 e que está em isolamento social para recuperar da doença.
Eduardo Paes eleito prefeito do Rio de Janeiro pela terceira vez
O candidato do partido de centro-direita Democratas Eduardo Paes foi hoje eleito prefeito da cidade brasileira do Rio de Janeiro, pela terceira vez, com cerca de 64% dos votos, derrotando o atual autarca, Marcelo Crivella.
O resultado foi confirmado ao início da noite pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, após 96,4% das urnas apuradas.
Eduardo Paes (51 anos), que já foi prefeito do Rio de Janeiro por dois mandatos consecutivos, entre 2009 e 2017, numa gestão que lhe valeu várias acusações por corrupção, conseguiu manter a vantagem sob Crivella, do partido Republicanos (centro-direita), que tentava a reeleição no cargo, mas que conseguiu apenas cerca de 35,7% das preferências dos "cariocas", na segunda volta das eleições municipais.
Paes é formado em direito, foi vereador (1996 a 1999) e deputado federal (1999 a 2007). Também atuou como secretário de Turismo, Desporto e Lazer do estado do Rio de Janeiro (2007 a 2008), na gestão do ex-governador Sérgio Cabral.
Foi sob a sua alçada, como prefeito, que a cidade do Rio de Janeiro recebeu um evento de grande influência: a organização dos Jogos Olímpicos de 2016.
Contudo, o seu percurso político foi manchado após tornar-se réu por crimes de corrupção, falsidade ideológica eleitoral e branqueamento de capitais e, em setembro, a sua casa foi alvo d busca e apreensão.
Segundo o Ministério Público, Paes recebeu cerca de 10,8 milhões de reais (1,69 milhões de euros, no câmbio atual) em subornos de executivos da construtora brasileira Odebrecht entre junho e setembro de 2012.
O ex-prefeito classificou a operação contra ele como uma "tentativa clara de interferência do processo eleitoral".
Entre as promessas de campanha para este novo mandato, Paes focou-se na questão da Saúde, propondo investimentos em recursos humanos para resolver os problemas sanitários.
O prefeito recém-eleito prometeu ainda a contratação de milhares de profissionais da área de Saúde para atender nas unidades hospitalares públicas da região.
Em relação à segurança, um dos principais problemas do Rio de Janeiro, Paes prometeu dar prioridade aos profissionais da Guarda Municipal. A proposta é qualificar os agentes e introduzir até 2022 um sistema de prémios de acordo com a produtividade e desempenho individuais.
Para Marcelo Crivella, um dos maiores derrotados da segunda volta das municipais, não foi suficiente o apoio público do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que chegou a apelar ao voto a favor do atual prefeito.
Crivella, que ao longo da campanha eleitoral procurou evidenciar os laços evangélicos e o cargo que ocupou de bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundada pelo tio, Edir Macedo, também não escapou a acusações de corrupção, tendo sido acusado em setembro, pelo Ministério Público, de chefiar um esquema de peculato, fraude e branqueamento de capitais.
Ao contrário de Portugal, que adota um sistema de lista fechada, a escolha dos prefeitos no maior país da América do Sul é feita a partir de um sistema de lista aberta, no qual as vagas são conquistadas diretamente pelo candidato mais votado.
No Brasil há segunda volta nas autárquicas em cidades com mais de 200 mil eleitores nas quais o candidato mais votado não conseguiu superar metade dos votos válidos (cálculo que exclui votos em branco e nulos) na primeira volta, que foi disputada em 15 de novembro.
Cerca de 38 milhões de eleitores que vivem em 57 cidades do Brasil, incluindo 18 capitais regionais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre, foram hoje chamados às urnas na segunda volta das eleições autárquicas.
(Notícia atualizada às 23:02)
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