Em declarações aos jornalistas antes de intervir numa conferência, Moscovici revelou que as previsões que a Comissão Europeia vai divulgar nos próximos meses vão mostrar um crescimento “robusto” em Espanha, porque o país tem condições para “continuar como está hoje”, isto é, entre as economias que mais crescem na União Europeia.

O responsável europeu também se mostrou convencido de que o Governo espanhol irá desenvolver políticas pró-Europa, visto que esse é o seu compromisso e elas permitirão avançar no crescimento económico e na criação de empregos, algo que também vai exigir finanças públicas sustentáveis.

Pierre Moscovici reconheceu que a economia europeia enfrenta atualmente vários riscos, o que, em sua opinião, pressupõe “mais uma razão” para os países europeus permanecerem “unidos” e reforçarem a zona do euro.

A Comissão Europeia reviu em julho as suas previsões de crescimento económico para Espanha em 2018 para 2,8%, menos 0,1 pontos percentuais do que as suas estimativas anteriores, mas que mesmo assim são 0,7 pontos acima da média da zona euro para o corrente ano.

Moscovici também manifestou a sua “confiança” em como o Governo espanhol, assim como todos os restantes executivos europeus, irá enviar para Bruxelas o projeto de Orçamento Geral do Estado até 15 de outubro próximo, apesar das dificuldades que, tudo indica, vai ter para reunir uma maioria no parlamento.

Depois de um encontro que teve, também esta manhã, com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, o comissário europeu sublinhou o que considerou ser uma “intenção” firme das autoridades espanholas para “cumprir as regras do jogo” e respeitar os calendários.

O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) tem apenas 84 deputados num total de 350 no parlamento em Madrid e, para tomar decisões, depende da margem de manobra que será dada pelo Unidos Podemos (extrema-esquerda, 67 deputados) e outros movimentos mais pequenos e de caráter regional, como os nacionalistas bascos e os separatistas catalães, que apoiaram este executivo.

Sobre a redução do défice público, Pierre Moscovici considerou que a “Espanha vai, finalmente, no bom caminho”.

Um mês depois de chegar ao Governo, Pedro Sánchez anunciou em julho os objetivos de défice orçamental do país para 2018 e 2019, respetivamente para 2,7% e 1,8% do PIB, abaixo do limite de 3% permitido pelas regras europeias.

A Espanha deverá ser, na próxima primavera, o último país da zona euro a sair do procedimento de défice excessivo.

Por outro lado, o comissário europeu espera que o executivo espanhol continue a realizar reformas estruturais.

“Nós [a Comissão Europeia] encorajamos as reformas, porque elas são boas para Espanha, mas não dizemos aos governos o que devem fazer”, afirmou Moscovici.