“Saudamos o facto de os migrantes já terem conseguido desembarcar e de estarem a receber a assistência de que necessitam. Nós estamos prontos para começar a coordenar a distribuição dos migrantes e para fornecer apoio operacional às autoridades italianas no terreno”, informou hoje a porta-voz do executivo comunitário Natasha Bertaud.
Falando na conferência de imprensa diária daquela instituição, em Bruxelas, a responsável saudou também “a cooperação e a solidariedade mostrada em particular por Espanha, que se ofereceu para o desembarque destes migrantes”, embora tal não tenha acontecido em terreno espanhol.
Natasha Bertaud saudou ainda, além de Espanha, a disponibilidade manifestada por Portugal, Alemanha, França e Luxemburgo para receber estas pessoas.
Na quinta-feira, além destes Estados-membros, também a Roménia se tinha mostrado disponível.
Depois de 19 dias no mar com mais de uma centena de migrantes a bordo à espera de autorização para aportar em Itália, o navio “Open Arms” foi autorizado na terça-feira a desembarcar as 83 pessoas que continuavam a bordo no porto de Lampedusa, por ordem da procuradoria de Agrigento (Sicília), e o navio foi apresado.
Os 83 migrantes desembarcados passaram a noite num centro de acolhimento da ilha italiana, depois de uma primeira avaliação médica que, segundo a agência Efe, não detetaram problemas de saúde relevantes.
O desembarque aconteceu depois de o Ministério Público italiano ter ordenado a apreensão do navio da ONG espanhola e a retirada imediata migrantes a bordo do navio, que estava ancorado perto do porto de Lampedusa.
Isto pôs fim ao caso que começou quando o navio humanitário “Open Arms” resgatou, em 01 de agosto, 147 pessoas do mar Mediterrâneo ao largo da Líbia, sendo que os dois países mais próximos, Itália e Malta, recusaram o acesso aos seus portos.
No sábado, Itália autorizou o desembarque de 29 menores que estavam a bordo do navio e, no dia seguinte, Espanha propôs receber o navio em Algeciras face à “inconcebível” recusa de Itália em autorizar o desembarque.
No entanto, a “Open Arms” declinou a oferta, tendo uma porta-voz explicado ser impossível viajar até Algeciras dada a “situação insustentável” a bordo.
Entretanto, um outro navio com 356 migrantes resgatados das águas do Mediterrâneo — o Ocean Viking — aguarda há mais de 10 dias, junto às costas de Malta e de Itália, para a designação de um porto seguro para desembarcar.
“Esperamos que o mesmo espírito de solidariedade seja demonstrado para com o ‘Ocean Viking'”, adiantou a porta-voz da Comissão Europeia na conferência de imprensa.
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