A informação foi confirmada pela Polícia e por amigos do cineasta, que trabalhava atualmente como assistente de direção do programa “Greg News”, apresentado pelo ator e escritor Gregorio Duvivier e transmitido semanalmente na plataforma HBO.
Barcellos dirigiu ainda um dos episódios que integram o filme “5x Favela – Agora por Nós Mesmos”, exibido no Festival de Cannes de 2010, entre outros trabalhos que realizou para cinema e televisão.
Cadu Barcellos tinha deixado a Pedra do Sal, considerada o templo do samba carioca, num veículo que uma amiga havia pedido através de uma aplicação de transporte, do qual saiu alguns quilómetros depois, próximo de uma entrada do metro no centro do Rio de Janeiro, onde alegadamente foi assaltado.
Segundo o portal de notícias G1, o cineasta foi visto a gritar por socorro por volta das 03:30 (hora local, 06:30 em Lisboa), tendo posteriormente caído inanimado no chão.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou, em comunicado, que foi alertada sobre o ocorrido, tendo-se deslocado ao local, onde encontrou o corpo do jovem cineasta já sem vida.
O Departamento de Homicídios da polícia abriu uma investigação para esclarecer as causas da morte e encontrar o responsável.
O boletim policial identificou “ferimentos causados por instrumento cortante, principalmente na região do peito”, segundo as autoridades.
“Possivelmente Cadu foi assassinado por causa de um telemóvel, de um Riocard [passe de transporte do Rio de Janeiro] e alguns reais”, disse o amigo do produtor William Oliveira ao G1.
Barcellos dedicou grande parte da sua carreira cinematográfica a mostrar a dura realidade das favelas cariocas.
Foi diretor e guionista da série “Mais x favela” (2011), do canal Multishow, e do documentário “5x Pacificação” (2012), assim como criador do canal comunitário “Maré Vive”, no qual colaboram os próprios moradores do complexo de favelas da Maré.
Cadu Barcellos promoveu projetos audiovisuais e ações para melhorar a saúde e a igualdade de género nas comunidades do Rio de Janeiro.
Participou ainda como dançarino do “Corpo de Dança da Maré”, que o coreógrafo Ivaldo Bertazzo dirigiu por três anos e ofereceu espetáculos em diferentes regiões do Brasil.
Após a morte do cineasta, o Porta da Fundos emitiu um comunicado lamentando a “notícia devastadora”.
“Cadu era uma pessoa alegre, brilhante, além de profissional talentoso, pai querido e amigo de toda a equipa. Chegava para trabalhar sempre sorridente, às vezes com o filho no colo, e fazia a gente rir o dia inteiro, mesmo nesse ano sombrio. Nada vai reparar essa perda”, comunicou o canal de comédia, numa nota partilhada na rede social Twitter.
Também Gregorio Duvivier homenageou o produtor, na rede social Instagram, recordando o seu talento e bom humor.
“Cadu, alegria de todos os ‘zooms’ [ferramenta de videoconferências], toda a vez que abria o microfone era para fazer a gente rir. Na~o sei como fizemos tre^s temporadas sem voce^, e na~o sei como vamos fazer daqui para a frente. Nada mais faz sentido. Menino-prodígio do audiovisual, gigante em todos os sentidos, quase dois metros de amor, criatividade, humor e zoeira. (…) Cadu morreu, vítima do que parece ter sido um assalto. Nunca vamos esquecer do seu sorriso”, lembrou o humorista brasileiro,
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