A Califórnia abriu ontem um processo contra a Juul, marca líder de cigarros eletrónicos, acusando-a de desenvolver uma estratégia de marketing focada na conquista de menores de idade para adquirir o seu produto.
A justiça alega ainda que a Juul não cumpriu as suas obrigações de verificar a idade dos consumidores e que, quando o fez, reteve indevidamente os endereços de e-mail dos menores de idade para lhes enviar publicidade.
"Colocamos muito esforço e dinheiro no controlo do tabaco para permanecermos de braços cruzados enquanto os californianos sucumbem aos vaporizadores e ao vício em nicotina", disse o procurador-geral do estado, Xavier Becerra.
"A Juul adotou práticas sinistras da indústria de tabaco e usou anúncios dirigidos aos objetivos mais vulneráveis sem levar em conta a saúde pública", acrescentou.
A lei do estado, o mais populoso e rico dos Estados Unidos, proíbe a venda de vaporizadores para menores de 21 anos, e, segundo a ação, foi ignorada pela Juul, que comercializava seus produtos com sabores como manga, menta e creme brulee para atrair os mais jovens.
Antecipando uma decisão iminente das autoridades de saúde, a Juul anunciou recentemente que a venda de cápsulas com sabor de menta iria parar depois da publicação de um estudo que apontou que este era o sabor preferido dos estudantes americanos do ensino médio.
A empresa agora vende apenas três sabores: dois com tabaco e um com mentol. Algumas dessas práticas de marketing levaram também a uma investigação da Agência Federal de Defesa do Consumidor contra a marca, que na época dizia que "nunca promoveu seus produtos entre os jovens". A empresa também alegou que havia mudado totalmente sua estratégia em relação a uma campanha realizada em 2015 focada em adultos de 25 a 34 anos que "podia ser considerada atraentes para menores de idade".
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