“Está um bocadinho de calor”, mas é “o habitual, está na época”, diz à agência Lusa, com ar conformado, Ema Coelho, moradora no centro histórico da cidade, embora desabafe que “a subida” das temperaturas é que foi “rápida”.
Hoje, à hora de almoço, antes de o calor aumentar da parte da tarde, Ema Coelho deixou a casa bem fechada e, vestida com uma bata leve, saiu para a rua para “fazer uns mandados”, mas tem a lição bem “estudada” para o resto do dia.
“O melhor é estar em casa o mais possível à hora do calor. Estarem à sombra e beberem muita água”, aconselhou.
Évora é um dos distritos do país que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou em aviso vermelho, o mais grave, por causa da persistência de temperaturas elevadas, no âmbito da onda de calor que afeta o território nacional e que se prolonga por vários dias.
O dia mais quente desta onda de calor será o de hoje, segundo o IPMA, que prevê “máximos históricos” de temperatura para alguns locais.
Para hoje, o instituto prevê temperaturas máximas a chegarem aos 45 graus Celsius em Évora, enquanto as mínimas não vão baixar dos 17 graus (Leiria).
Na cidade alentejana, cujo centro histórico está classificado como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), o calor de hoje é bem sentido pelos turistas, mas não os desmotiva para os passeios.
Com chapéus na cabeça e garrafas de água na mão, quase todos, ou, no caso de algumas mulheres, com uma sombrinha ou lenço como “armas” contra o sol, os visitantes aproveitam as esplanadas à sombra e as poucas fontes que encontram pelo caminho para se refrescarem.
“Está demasiado calor”, desabafa à Lusa a turista belga Anja Simoens, enquanto bebe um sumo de laranja numa esplanada na Praça do Giraldo, no centro da cidade, com o marido a optar antes por uma caneca de cerveja.
De férias em Portugal pela primeira vez e vindos do Porto e de Lisboa, o casal está a sentir o aumento das temperaturas, mas ainda pretende ver tudo o que puder em Évora, antes de rumar a Albufeira, no Algarve.
“O Alentejo é uma região lindíssima. De manhã fizemos algumas visitas” e o plano para a tarde é simples: “Vamos para a piscina do hotel para nos refrescarmos” e para “relaxar”, sentencia.
Krystina Glowacz e o marido, vindos do Canadá, onde moram “também num local muito quente”, mas “ainda pior, com mais humidade”, já vinham avisados por amigos que, nesta altura do ano, “não era muito boa ideia” virem a Portugal.
“Estávamos preparados para o tempo quente, mas acho que isto está demasiado”, conta, para logo acrescentar: “Mesmo com 40 graus, vale a pena. Estamos muito felizes e, realmente, não nos importamos” com o calor, assinala.
Para José Manuel Granjeia, proprietário de um quiosque com esplanada mesmo em frente ao templo romano, este calor “é normalíssimo” para a época, “a diferença é que foi mais brusco”, e, quanto mais as temperaturas subirem, melhor para o negócio, porque a venda de águas e de refrigerantes aumenta.
“Esperamos que sim. Com calor e clientes é que se faz a vida. É bem-vindo, não assim com tanta agressividade, mas é bem-vindo”, afirmou.
Comentários