As buscas na autarquia, no distrito de Leiria, decorreram durante a tarde, depois de os investigadores da Polícia Judiciária terem ouvido o anterior presidente da autarquia, Fernando Costa, “sobre um processo relativo à venda dos terrenos junto ao CCC”, confirmou o próprio à agência Lusa.
Em causa está, segundo Fernando Costa, “uma queixa” do proprietário de uma empresa de construção que, em 2006, comprou em hasta pública os terrenos onde foi iniciada, mas nunca concluída, a edificação de um prédio.
As parcelas foram vendidas “por cerca de três milhões de euros e agora o comprador acusa a câmara de o ter enganado”, disse o anterior presidente do município, explicando estar em causa “as confrontações”.
“Ele [proprietário da empresa Erguigest] acusa-me de ter omitido que as parcelas que adquiriu confrontavam com privados e não com uma rua, como constava da escritura”, explicou Fernando Costa, que foi eleito pelo PSD.
Porém, no esclarecimento prestado hoje à PJ, o ex-presidente disse que “os terrenos foram vendidos com plantas elaboradas pela câmara” e que alegadamente o construtor “sabia o que estava a comprar”.
Se “interpretou mal as plantas” ou se “tem razão na queixa que fez é o que terá que ser apurado” no âmbito da investigação, acrescentou Fernando Costa.
O ex-autarca demonstrou “disponibilidade para prestar todos os esclarecimentos” aos investigadores que hoje terão recolhido na câmara vários elementos ligados ao processo de venda dos terrenos e à aprovação do projeto de construção do prédio.
“Tanto quanto sei não estão em causa outras questões que não a venda do terreno”, acrescentou Fernando Costa, assegurando não lhe terem sido pedidos quaisquer esclarecimentos sobre “cheques, pagamentos ou a aplicação do dinheiro” que terá sido utilizado para “cobrir a comparticipação da câmara na construção do CCC”.
A Lusa tentou, sem sucesso, obter mais esclarecimentos junto da Câmara das Caldas da Rainha, atualmente liderada por Fernando Tinta Ferreira (PSD).
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