“Se necessário for [acontecerem] no mesmo dia, é possível compatibilizá-las e é possível porque não queremos perder a especial noturna – queremos que se torne num dos ícones do Rali de Portugal – e, obviamente, ninguém quer pôr em causa a Queima das Fitas e o seu início tão emblemático”, disse o presidente da Câmara, que falava durante a Assembleia Municipal de Coimbra, em resposta a um deputado do PS.
O deputado socialista Luís Silva tinha criticado o facto de estar prevista uma superespecial para a mesma noite da serenata monumental – momento tradicional que marca o arranque da Queima das Fitas -, salientando que não se pode avançar com o apoio a esse evento do Rali de Portugal “à custa” daquilo que é um dos marcos da identidade coimbrã.
“Nunca pensei que se agendasse a superespecial e a serenata para o mesmo dia. Um evento conhecido pelo barulho que faz coincide com um evento que precisa de silêncio absoluto para ser ouvido. É caricato”, apontou.
Em resposta, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra, realçou que a Câmara de Coimbra não define nem o calendário internacional de provas de rali, nem o calendário das festas académicas (estipulado pela Universidade de Coimbra).
“Não temos jurisdição nem num setor, nem noutro. O que faremos é procurar compatibilizar as duas iniciativas”, frisou.
O autarca notou que “até poderá ser interessante” ter os dois eventos a decorrer no mesmo dia, com “milhares de visitantes para ver a superespecial” a poderem “assistir a um dos mais importantes rituais académicos”.
“Vamos trabalhar para que seja possível”, concluiu.
De acordo com a imprensa local, o anúncio da data da superespecial apanhou a organização da Queima das Fitas de surpresa, com o secretário-geral da Comissão Organizadora, Carlos Missel, a afastar a possibilidade de um reagendamento da festa dos estudantes, cujo calendário foi aprovado pelo Senado da Universidade de Coimbra em 2021.
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