“Eu acho que a solução de nós termos bairros geridos pelo IHRU é uma má solução. Acho que o IHRU não tem hoje vocação para fazer a gestão de bairros municipais e os bairros deviam ser geridos pela Câmara”, disse Medina.

Falando na reunião descentralizada que decorreu esta noite, dedicada a ouvir os munícipes das freguesias de Marvila e do Beato, o líder do executivo de maioria socialista afirmou que “há um sentimento de abandono por parte de muitas pessoas que residem aqui, aliás por nem sequer saber onde se dirigem ou a quem se dirigem para pôr os problemas”.

“Já sinalizámos ao Governo que temos total empenho, total prioridade em assumir a gestão dos bairros do IHRU, todos. Não é um processo fácil, mas espero que o possamos concluir o mais breve possível, para que eles passem para a Gebalis” – a empresa que gere os bairros municipais -, acrescentou.

A questão foi levantada por duas munícipes que apontaram problemas nas suas habitações.

Na resposta, Medina dirigiu-se diretamente às duas mulheres: “assim, vocês queixam-se à Câmara, e a verdade é que a Câmara pode dar as respostas que querem ouvir ou até que não querem ouvir, mas pelo menos ouvem uma resposta e sabem com quem estão a falar”.

Na opinião do autarca, “é assim que deve funcionar”, no sentido de o município “poder realizar as intervenções necessárias”.

“Não vos posso prometer quando, mas posso-vos garantir que estamos a tratar desse processo”, rematou.

Na sua intervenção, o presidente da Junta de Freguesia de Marvila, António Videira, voltou a esta questão, para demonstrar a sua insatisfação com esta situação e vincar que “a maneira como estas pessoas do Bairro das Amendoeiras, do Bairro dos Loios são tratados não é dignificante”.

“Já envidámos esforços para ter contacto com a administração do IHRU, e até ao momento não recebemos qualquer tipo de resposta”, precisou.

Na opinião do autarca, a gestão municipal destes bairros permitirá “dar uma resposta correta e afirmativa às necessidades da população”.

Na reunião, Medina anunciou ainda que o município está “a concluir a negociação com o Estado e com o Exército”, para ficar “com a ala norte da Manutenção Militar”.

“Queremos que no fim deste mandato aquilo que é uma fábrica deserta, aquilo que é um complexo de edifícios abandonado, se transforme de novo num grande ponto de emprego, num ponto de riqueza, de oportunidades para os jovens, para os comerciantes, para os lojistas, para toda a economia”, precisou o presidente da Câmara.