A Câmara Lisboa assinalou hoje o início da empreitada da nova Feira Popular, com a demolição de cinco construções, “uma antiga carpintaria e anexos”, que se encontram nos terrenos, de cerca de 20 hectares.

“O que vai nascer aqui é mais uma casa, é a terceira casa, aquilo que queremos que seja, aliás, a casa definitiva da Feira Popular de Lisboa”, começou por afirmar o autarca.

Questionado quanto aos empregos que poderão ser criados com a nova Feira Popular, Medina (PS) antecipou que a estimativa “é que da feira em si resultem cerca de 600 empregos diretos, das atividades da feira, mas que possa haver muito mais centenas de postos de trabalho indiretos”.

O autarca apontou depois que o que vai ali nascer “não é um parque de diversões de uma qualquer multinacional, de uma qualquer marca, igual a tantos outros que existem em qualquer outro país”.

“Não vamos imitar o passado, mas vamos sim honrar o passado e as memórias do passado, dando as melhores condições, as mais modernas, mas mais atrativas, as mais benéficas para todos aqueles que vão usufruir da nova casa da Feira Popular”, acrescentou.

Assim, o parque “terá a valência da restauração, dos serviços, da zona verde, das animações, das diversões de família, acessíveis e enquadráveis a todos”, observou.

Um estudo preliminar de 2015 divulgado em junho deste ano, encomendando pela autarquia e elaborado por uma empresa holandesa, refere que a Feira Popular deverá representar um investimento de cerca de 70 milhões de euros.

Às demolições que hoje se iniciam segue-se o arranjo da rede viária, a construção de um parque de estacionamento e a construção da zona verde, obras que “vão decorrer ao longo de 2017″.

O objetivo do município de maioria socialista é dotar a zona (junto à estação de metro da Pontinha) de “um parque de estacionamento de grande dimensão, de mais de 2.200 lugares, que sirva não só a feira, mas que sirva também de parque dissuasor para todos aqueles que entram em Lisboa e que podem deixar aqui o seu carro”.

O espaço “está a ser construído para ser fruído pelas pessoas como zona verde, mas também para incluir as diversões do parque”, que ocuparão cerca de nove dos 20 hectares do terreno, afirmou Medina aos jornalistas.

Questionado quanto ao ruído, o presidente do município enumerou que o projeto inclui “um desnível significativo entre as zonas das diversões e das habitações”, um afastamento entre as duas zonas, a plantação de árvores de maior porte e a colocação de barreiras acústicas.

Na cerimónia marcaram presença cerca de 20 representantes da Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED), que realizaram uma “manifestação de solidariedade” para com a Câmara, mas assinalaram também que estão “atentos e preocupados”.

“Estamos cá para ajudar, essa é a mensagem que queremos dar. O povo de Lisboa tem direito à diversão, essa é a parte que nos faz viver”, disse o presidente da associação, Luís Paulo Fernandes, presenteando o presidente da Câmara com um estandarte da APED e um carrossel musical em miniatura.

Medina respondeu que “só durante o ano de 2017 é que a Câmara vai tomar uma decisão sobre como é que vai fazer a operação e à partida vai ser feita por concessão”.

Na quarta-feira a APED agendou três dias de protesto pela “sustentabilidade da atividade” entre 08 e 10 de novembro.

A Feira Popular de Lisboa foi criada em 1943, funcionou em Palhavã e em Entrecampos, mas acabou por encerrar em 2003.

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