“A Câmara vai apurar em que medida pode ajudar ou apoiar a empresa que, em 2016, recebeu o carimbo de projeto de Interesse Municipal. A classificação implicou isenção de taxas e previa a ampliação das instalações, aumento de postos de trabalho e transferência da sede para o concelho. Portanto, é de todo o interesse da Câmara continuar a apoiar a empresa”, disse à Lusa Alberto Costa, presidente daquela autarquia do distrito do Porto.

Com 180 funcionários, a fábrica de produção de gaze hospitalar ficou “parcialmente destruída”, com uma “considerável” área ardida, acrescentou o autarca, explicando que no local estão ainda “peritos a avaliar a dimensão dos estragos”.

A intenção de Alberto Costa é, por isso, “criar caminhos para o futuro”, estando já “em contactos com o Governo”.

“Espero ter algumas repostas para criar algum apoio a esta empresa”, afirmou.

O incêndio que deflagrou na segunda-feira à noite foi dominado hoje às 05:25, disse à Lusa fonte dos bombeiros.

O rescaldo "deverá levar toda a manhã", já que implica "a remoção de toda a matéria-prima" do interior da fábrica, disse a mesma fonte dos Bombeiros Voluntários de Santo Tirso, pelas 05:35.

O combate ao incêndio, que chegou a estar ativo em mais de 50% da fábrica ADA Fios, demorou longas horas, tendo o alerta para o fogo sido dado às 19:57, segundo a página da Internet da Proteção Civil.

No local chegaram a estar 115 operacionais, entre bombeiros de várias corporações, PSP, INEM, Polícia Judiciária, Polícia Municipal e o Serviço Municipal da Proteção Civil da Câmara Municipal de Santo Tirso, apoiados por 35 veículos.

Devido "a exaustão", dois bombeiros foram transportados para a Unidade Hospitalar de Santo Tirso, pertencente ao Centro Hospitalar do Médio Ave.

A combater o incêndio estiveram as corporações dos bombeiros voluntários de Santo Tirso, Tirsenses, Vila das Aves, Póvoa de Varzim, Paços de Ferreira, Valongo e Ermesinde, segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro do Porto.

Em declarações à Lusa, ao início da madrugada, o vereador da Proteção Civil da Câmara de Santo Tirso, José Pedro Machado, disse que esta fábrica emprega cerca de 180 pessoas e que as que estavam a trabalhar quando o incêndio deflagrou saíram em segurança.

A informação disponível na página da ADA Fios na Internet dá conta de que esta empresa é especializada na produção de gazes hidrófilas hospitalares.

A mesma página dá conta de investimento financiado por fundos comunitários do Portugal 2020, o último dos quais entre 2016 e 2017, com um custo total elegível de 4,1 milhões de euros e 2,8 milhões de “apoio financeiro da União Europeia”.

A empresa esclarece que o investimento visou “aumentar a capacidade produtiva do estabelecimento industrial de fiação e tecelagem sediado em Santa Cristina do Couto, em Santo Tirso”

“Ao passo que a capacidade instalada no ano pré-projeto era de 250 toneladas/mês, no ano decorrente encontra-se nas 300 toneladas/mês. Este aumento permitirá reduzir o valor das importações e aumentar o valor das exportações consolidando a notoriedade da empresa como fornecedor de gaze para o mercado europeu e norte de África”, descreve-se.