Hoje, na reunião pública do executivo camarário, foi aprovada a aquisição de mais seis imóveis, situados nas freguesias de São Pedro de France (dois), Cavernães, Calde e Abraveses, e na União das Freguesias de Boa Aldeia, Farminhão e Torredeita.

O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, salientou o esforço financeiro que está a ser feito para “arranjar casas com dignidade nas aldeias para dar resposta a quem não tem habitação” e, ao mesmo tempo, combater o despovoamento.

No entanto, o autarca avisou que não serão aceites respostas negativas: “Penso que nenhum viseense compreenderia que uma família, que não tem casa, recusasse” ir para uma aldeia.

“Imaginemos que alguém tem ligações familiares ou de proximidade em alguma aldeia, o bom senso diz que se lhe dê prioridade”, explicou aos jornalistas, no final da reunião.

Fernando Ruas considerou que a falta de resposta dos transportes públicos às necessidades das pessoas em termos de horários não poderá ser usada como desculpa para não aceitar a habitação, uma vez que será implementado o transporte flexível a pedido “Ir e Vir”.

“Estou desertinho para que o ‘Ir e Vir’ chegue ao concelho de Viseu. Temos tudo preparado para isso”, garantiu.

O “Ir é Vir” é uma solução desenvolvida pela Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões que visa garantir a cobertura adequada de transporte público em zonas de menor densidade demográfica.

Segundo Fernando Ruas, os preços dos imóveis adquiridos – que estão em ruínas ou desabitados - variam entre cinco mil e 60 mil euros. No total, até à semana passada, foram negociados imóveis no valor de cerca de 550 mil euros.

“Fizemos o mais difícil, que foi comprá-las (as casas), agora vamos aplicar os dinheiros do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) na reconstrução”, explicou o autarca, acrescentando que “têm de estar prontas até 2026”.

Em fevereiro, o autarca tinha anunciado que a Estratégia Local de Habitação seria aproveitada para levar pessoas para as zonas rurais do concelho, estando previstos perto de 14 milhões de euros para aquisição e reabilitação de imóveis.

Isto porque, no entender do executivo, a Estratégia Local de Habitação não se deve “circunscrever apenas à zona urbana, mas também aproveitar para recuperar algumas casas nos centros históricos das aldeias e depois disponibilizá-las”, justificou na altura.