"O que ficou definido foi que esperávamos uma posição comum das duas associações que representam os músicos e os lojistas [do centro comercial Stop] após o acordo da administração do condomínio, pelo que não faremos neste momento qualquer comentário com relação ao documento enviado. Pedimos às duas associações que se entendam", afirmou hoje, numa resposta enviada à agência Lusa, a Câmara do Porto.
A Associação Alma Stop enviou hoje uma contraproposta à câmara que, entre outras questões, solicita a reabertura imediata do espaço e aceita a criação de um alerta direto para o Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto de forma a "garantir uma resposta rápida em caso de emergência”.
Contactado pela Lusa, o presidente da Associação Cultural de Músicos (ACM) Stop, Rui Guerra, recusou hoje comentar a contraproposta da Alma Stop, dizendo apenas que os associados da ACM vão reunir esta noite e, posteriormente, dar conhecimento da sua posição através de um comunicado de imprensa.
Na proposta da Alma Stop é referido que “as medidas de primeira intervenção contra incêndio estão completamente operacionalizadas, conforme afirmado pela administração” do condomínio e é avançado que será promovida a formação em combate a incêndios de primeira intervenção, com especial foco nos funcionários do edifício.
“Também será oferecida a possibilidade de formação voluntária para os restantes membros da comunidade. Durante o período transitório, será assegurada a presença do piquete de bombeiros para pronta assistência em situações de risco”, acrescentam, indo ao encontro de propostas já antes avançadas pela Câmara do Porto.
Os músicos e lojistas representados por esta associação pedem à autarquia que as medidas extraordinárias de mitigação de risco sejam implementadas no prazo de 15 dias e, relativamente ao horário, dizem aceitar a sua limitação temporária.
Assim, nesse período de 15 dias, na contraproposta pede-se que o acesso a lojas, salas de ensaio e estúdios aconteça das 11:00 às 23:00.
E que para cargas e descargas o acesso seja de 24 horas com acompanhamento de um segurança do centro comercial.
“Após este período, propõe-se que o Centro Cultural retome o seu horário normal”, lê-se na síntese da proposta.
Reiterando que “algumas lojas da fachada estão completamente insonorizadas” e que podem ser utilizadas “sem restrições”, o grupo compromete-se “firmemente a fazer cumprir o Regulamento Geral do Ruído, solicitando à Câmara Municipal do Porto que informe a associação Alma Stop de quaisquer queixas, bem como do histórico já existente”.
“Acreditamos genuinamente que esta proposta vai ao encontro das necessidades de todos os utilizadores do Stop, sejam eles músicos, artistas ou lojistas. Acreditamos que vai também ao encontro das preocupações da Câmara Municipal do Porto. Achamos que esta é a solução ideal e um bom equilíbrio entre as duas partes”, disse, em declarações à Lusa, o presidente da Associação Alma Stop, Bruno Costa.
Mais de uma centena de lojas do centro comercial Stop foram seladas em 18 de julho pela Polícia Municipal por "falta de licenças de utilização para funcionamento".
Na sexta-feira, o presidente da Câmara, Rui Moreira, admitiu que o espaço poderia reabrir desde que cumpridas medidas de segurança, nomeadamente ter em permanência um carro de bombeiros, com cinco operacionais, mas não mais do que 12 horas.
O administrador do condomínio do Stop, Ferreira da Silva, assinou na segunda-feira o acordo da autarquia que compromete a administração a "adotar e fazer adotar comportamentos de segurança e de medidas de autoproteção e mitigação do risco de incêndio”.
Como alternativa ao centro comercial, a câmara apresentou como soluções a escola Pires de Lima ou os últimos pisos do Silo Auto.
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