O encerramento na terça-feira passada de mais de uma centena de lojas do Stop levou os músicos e lojistas a convocarem uma manifestação para hoje, dia em que decorre a reunião do executivo municipal.
O encontro está marcado para as 15:00 em frente à Câmara do Porto e os manifestantes deverão partir, pelas 19:30, numa marcha até ao centro comercial, espaço onde há mais de 20 anos diversas frações são usadas como salas de ensaio ou estúdios.
A manifestação visava inicialmente reivindicar a “abertura imediata” dos 105 espaços selados pela Polícia Municipal “por falta de licenças de utilização para funcionamento”, mas o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, admitiu na sexta-feira que o espaço poderia reabrir desde que cumpridas medidas de segurança.
Para voltar funcionar, o Stop terá de ter em permanência um carro de bombeiros, com cinco operacionais, mas não mais do que 12 horas, a autarquia disponibiliza-se a investir em meios de segurança (mangueiras e agulhetas) e dar formação aos utilizadores do espaço para que, em caso de incêndio, saibam como agir, adiantou, em conferência de imprensa, Rui Moreira.
A proposta de reabertura do centro comercial foi recebida com cautela pelas duas associações que representam os músicos, que ainda estão a deliberar quanto à viabilidade da solução e o futuro do espaço.
Com a proposta de reabertura em cima da mesa, o foco da manifestação passa agora por demonstrar “não só a dimensão e diversidade da comunidade” do Stop, como a importância daquele “polo cultural” para os artistas, lojistas e residentes no Porto, afirmaram, em comunicado, as duas associações.
Depois do encerramento que deixou quase 500 artistas e lojistas sem ter “para onde ir”, centenas de músicos ocuparam durante cerca de cinco horas a Rua do Heroísmo em protesto, obrigando a polícia a desviar o trânsito automóvel para outras artérias da cidade.
Como alternativa ao centro comercial, a Câmara do Porto apresentou duas soluções: a escola Pires de Lima e os últimos andares do Silo Auto.
Para os músicos, ambos os espaços “carecem de condições para albergar toda a comunidade do Stop”, não as considerando como uma solução para o seu realojamento.
Em conferência de imprensa, na quarta-feira, Rui Moreira garantiu que não autorizaria a construção de “nenhum hotel” no local do centro comercial, tendo, no dia seguinte, rejeitado novamente a existência de interesses mobiliários e defendido que o município teria comprado o Stop se os proprietários “pudessem e quisessem” vender o imóvel.
“Nós não conhecemos nenhum projeto imobiliário para lá”, assegurou o autarca independente.
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