“Segundo o calendário agora estabelecido pelo município, os comerciantes serão transferidos para o novo espaço no Centro Comercial La Vie até ao final de abril, havendo condições para que a obra [no Bolhão] se inicie em maio”, revela a Câmara em comunicado, explicando que já recebeu “o último visto do Tribunal de Contas [TdC] necessário ao arranque das obras” no mercado centenário.

De acordo com a Câmara, o TdC, que já tinha “validado a empreitada de mais de 22 milhões de euros, que terá a duração de 24 meses”, emitiu entretanto o visto “que permite a gestão da obra por parte da empresa municipal Go Porto”.

“Este era o último passo necessário à concretização do programa de restauro e modernização do Mercado do Bolhão, depois de ter sido construído um mercado temporário”, com cerca de cinco mil metros quadrados, localizado na rua Fernandes Tomás, “a cerca de 200 metros do centenário edifício que entrará em obras”, acrescenta o município.

O restauro do Mercado do Bolhão, que vai durar cerca de dois anos, foi adjudicado em novembro por 22,4 milhões de euros, tendo na altura a Câmara indicado que a empreitada, submetida a novo financiamento comunitário, começaria no início de 2018.

A Câmara refere hoje que a transferência dos comerciantes “será acompanhada de uma forte campanha de comunicação e ‘marketing’ que ajudará a referenciar a nova localização, onde os comerciantes disporão de modernas instalações para continuarem a atividade”.

Segundo a autarquia, a maioria dos comerciantes do Bolhão “acordou com a Câmara” continuar no mercado “e poucos decidiram terminar a sua atividade e receber da autarquia uma indemnização”.

“O projeto de restauro e modernização prevê o regresso dos comerciantes ao antigo edifício dentro de dois anos, permanecendo como mercado público de frescos, mantendo todas as suas características e tradição”, indica ainda o município.

A Câmara do Porto aprovou em 21 de dezembro, por unanimidade, os acordos a celebrar com os comerciantes do mercado do Bolhão devido à reabilitação do edifício e despesas de 5,6 milhões de euros para compensações e eventuais perdas de faturação.

Na reunião camarária pública então efetuada, a administradora da empresa municipal Go Porto Cátia Meirinhos indicou que 84% dos comerciantes do mercado (100 dos atuais 140, contabilizando as bancas interiores e as lojas exteriores) querem regressar ao Bolhão quando estiver concluída a empreitada.

De acordo com a responsável, vão transitar para o mercado requalificado 74 comerciantes do interior e 26 do exterior (40 cessam atividade), mas existem já “185 pedidos as futuras lojas de rua do Bolhão, para as quais terá de ser aberto um concurso”.

A Câmara do Porto assinala, no comunicado divulgado hoje, que “há cerca de 40 anos que o Porto pedia obras no mercado que foi conhecendo diversos projetos de intervenção, nem sempre bem aceites por comerciantes e pela opinião pública”.

Isto, “até que, em 2015, Rui Moreira apresentou o seu projeto de restauro do edifício, criando o Gabinete do Mercado do Bolhão, que fez não apenas um extenso estudo socioeconómico junto dos comerciantes e famílias como desenvolveu um trabalho diário que culminou com uma grande adesão ao projeto”, descreve a autarquia.

Em novembro, a Câmara do Porto revelou ter apresentado uma “segunda candidatura a fundos comunitários” para “o investimento de 7.406.647,06 euros” na reabilitação do Bolhão.

O município pretende juntar este financiamento a uma primeira candidatura, já aprovada, que “resultou na comparticipação comunitária de 1.566.263,27 euros (de um investimento elegível de 1.842.662,67 euros)”.

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