“A Câmara Municipal do Porto não teve nunca qualquer relação com as lojas interativas da TPNP nem participou, nem direta nem indiretamente, em qualquer processo de contratação relacionado com a loja daquela entidade existente no Porto”, lê-se em declarações enviadas à Lusa, por escrito.

Questionada pela Lusa sobre se algum representante da Câmara do Porto havia sido constituído arguido ou alguém havia sido ouvido no âmbito do processo Éter ou processos relacionados com aquela investigação policial, a autarquia do Porto respondeu que “nenhum vereador ou responsável foi constituído arguido ou ouvido enquanto suspeito neste processo.

“Não conhecemos qualquer pormenor desse processo que não tem qualquer relacionamento conhecido na Câmara do Porto”, acrescenta, sublinhando que a Câmara do Porto não ia “comentar o processo judicial”.

A 27 de setembro de 2016 foi inaugurada oficialmente a Porto Welcome Center e, nesse mesmo dia, o presidente da altura da TPNP, Melchior Moreira, agora em prisão preventiva no âmbito da Operação Éter e acusado de 38 crimes, declarava à Lusa que o plano para o futuro era expandir as lojas interativas “tanto a nível nacional, como internacional”.

“A rede vai ser estendida ao resto do território, às capitais de distrito e, depois numa segunda fase em termos internacionais, onde estamos já a apostar claramente para potenciar esta rede de lojas em dois mercados que são fundamentais que é o mercado espanhol, em Madrid, e um outro mercado francês, que está em crescendo, em Paris”, declarou.

Quando a loja interativa da Porto Welcome Center foi inaugurada passou a fazer parte de uma rede de 64 lojas interativas nos municípios da região Norte de Portugal, juntando-se à loja interativa do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, à de Santiago de Compostela (Espanha) e ao autocarro TOPAS, uma espécie de "embaixador" itinerante do Norte de Portugal.

Melchior Moreira foi detido a 18 de outubro de 2018 pela Polícia Judiciária e fez na sexta-feira passada, dia 25, um ano que aguarda julgamento em prisão preventiva no âmbito da Operação Éter, uma investigação sobre uma alegada viciação de procedimentos de contratação pública que culminou com a indiciação de cinco arguidos.

O ex-presidente da TPNP está acusado de 38 crimes (12 de participação económica em negócio, três de peculato de uso, três de peculato, nove de abuso de poder, um de corrupção passiva, sete de falsificação de documento e três de recebimento indevido de vantagem).

No passado dia 30, a Lusa noticiou que o Ministério Público (MP) decidiu separar os processos na Operação Éter, continuando a investigar num inquérito autónomo os factos relacionados com a criação das Lojas Interativas de Turismo (LIT) dos municípios, das LIT da TPNP, designadamente a LIT móvel e demais factos com eles conexos.

Pelo menos 40 dos 63 municípios com lojas interativas da Turismo Porto e Norte efetuaram ajustes diretos no total de 1,5 milhões de euros com a empresa Tomi World, cujo dono foi constituído arguido no âmbito da Operação Éter.

Em entrevista à Lusa no âmbito da investigação policial às lojas interativas, o atual presidente desta entidade de turismo, Luís Pedro Martins assumiu que a Porto Welcome Center recebe “poucos visitantes” tendo em conta o sítio da Baixa em que está localizada.

“A loja de São Bento vai necessitar de algum trabalho de comunicação, porque é uma loja que não é muito visível do lado exterior. Estamos a tratar de lhe dar uma imagem diferente”, conta.

Luís Pedro Martins considerou que a investigação policial sobre os ajustes diretos para criar lojas interativas de turismo no Norte de Portugal não veio “melindrar minimamente a visita dos turistas àqueles espaços”, mas admitiu que a loja de São Bento “pode ter muitos mais visitantes”, tendo em conta o sítio onde está edificada.

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