O ponto de situação foi feito pelo vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, e pelo vice-presidente da Câmara de Gaia, Patrocínio Azevedo, à margem de uma sessão dedicada às pontes entre as duas cidades, no Porto Innovation Hub, no âmbito do Ciclo "Inovação Fora de Portas - Engenharia Civil à Mostra".
"É verdade que este processo sofreu aqui um atraso decorrente da necessidade do ajuste da sua localização por via da imposição de uma cota superior àquela que inicialmente estava a ser prevista. E uma ponte normalmente não se faz em dois anos. Portanto, parece-me razoavelmente seguro que, em 2022, não estará concluída a obra", afirmou Pedro Baganha, sublinhando, contudo que a sua conclusão vai depender do modelo construtivo e da solução que for proposta.
De acordo com o autarca, os dois municípios estão, neste momento, a preparar o programa preliminar para lançar o concurso e a fazer sondagens no rio Douro para determinar as condições geológicas do terreno.
"Estamos a determinar qual é o perfil que faz sentido para a ponte, com contagens e com estudos de tráfego”, explicou o vereador do urbanismo da Câmara do Porto, afirmando ter a expectativa de que, “na primeira metade do próximo ano”, seja lançado o concurso para a “escolha do melhor projeto".
Em declarações aos jornalistas, o vice-presidente da Câmara de Gaia admitiu que a nova ponte, que terá o nome do bispo do Porto António Francisco dos Santos (1948-2017), "dificilmente" estará concluída em 2022, embora acredite que o concurso poderá ser lançado "no primeiro trimestre de 2020".
"Temos de assumir que dificilmente conseguimos cumprir esse prazo [2022]. Depende depois do projeto, depende se há ou não contestações nas propostas. Portanto, há aqui um conjunto de fatores que não depende de nós. Depende do visto do Tribunal de Contas, depende de um conjunto de fatores", disse Patrocínio Azevedo, assegurando que há vontade política para avançar.
Patrocínio Azevedo acrescentou que a nova travessia está pensada e há dinheiro para a concretizar, pelo que, "a partir daí, é seguir a tramitação normal", frisou.
Quando foi anunciada, em 12 de abril de 2018, a nova travessia tinha um custo estimado de 12 milhões de euros, integralmente assumidos pelos municípios do Porto e Gaia, em partes iguais.
Na ocasião, as autarquias revelaram que a sétima travessia sobre o Douro seria construída à cota baixa, numa extensão de 250 metros, que prevê ligação rodoviária, passagem pedonal e ciclovia.
À data, foi anunciado que seriam necessários dois concursos públicos, um para a conceção a lançar naquele ano (2018) e um segundo de caráter internacional para a construção da ponte que vai ser instalada entre Campanhã (Porto) e o Areinho de Oliveira do Douro (Gaia).
Em outubro, a Câmara do Porto, em resposta à Lusa, referiu que estavam a ser estudados a relocalização e o redimensionamento da nova travessia sobre o Douro, na sequência dos "entraves" colocados pela Agência Portuguesa do Ambiente quanto à localização inicial.
Já em novembro, numa sessão da Assembleia Municipal do Porto, o presidente da autarquia, Rui Moreira, esclareceu que a nova travessia irá custar 26,5 milhões de euros, valor que inclui a construção da ponte e respetivos acessos.
Comentários