Num dia em que a Proteção Civil registou 171 ocorrências relacionadas com o mau tempo, as caravanas dos partidos deram as suas últimas voltas.
Em pleno Dia Internacional da Mulher, a campanha não deixou de lado o apelo ao voto feminino, com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, a prometer continuar a valorizar e ampliar os direitos das mulheres, sempre salientando que os principais avanços se concretizaram com os socialistas.
Num discurso durante um almoço na Cervejaria Trindade, em Lisboa, no qual também participou o primeiro-ministro, António Costa, frisou ainda que: “Com a certeza de que nós conseguimos trabalhar, dialogar com todos e os avanços que muitos partidos querem só vão acontecer se o PS ganhar as eleições. Nós sabemos hoje que, se nós ganharmos e liderarmos um Governo, somos capazes de ouvir os outros”.
Já a Aliança Democrática (AD) desfilou em Lisboa com figuras do PSD como Assunção Esteves, Leonor Beleza, Paula Teixeira da Cruz e Teresa Leal Coelho, numa ação que contou com a presença do líder do PSD, Luís Montenegro, e do CDS-PP, Nuno Melo, mas que voltou a deixar de fora o presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, autor de polémicas declarações sobre violência contra as mulheres.
Durante o almoço que marcou o último dia de campanha na Estufa Fria, falou Cavaco Silva, em apoio à AD, mas a declaração mais polémica do dia seria mesmo da antiga ministra das Finanças e da Educação Manuela Ferreira Leite.
Inspirada na efeméride do dia, demonstrou o seu apoio a Luís Montenegro e aproveitou o Dia Internacional da Mulher para fazer algumas reivindicações.
Sobre as mulheres admitiu que "somos lutadoras, mas não gostamos de ser protegidas". "Não precisamos que nos ajudem, depois de nos terem desajudado", realçou.
Sublinhou também: "os motivos pelos quais nós, mulheres, apoiamos o Luís Montenegro. O Luís Montenegro é um sujeito leal, é um sujeito que é sereno, é tranquilo, é sensato". "Não é sujeito a alterações psicológicas", disse ainda, o que provocou vários risos audiência.
O presidente do Chega, André Ventura, criticou “o legado de PS e PSD” no que toca às mulheres, considerando que estes partidos transformaram Portugal num “país que não é para elas” e deixaram-nas “para trás”.
O dia da terceira maior força política terminaria com um grande concerto da referência da música popular Quim Barreiros, onde André Ventura deu o seu passo de dança. O cantor lembrou à CNN Portugal que já esteve em várias campanhas eleitorais, nomeadamente António Guterres, José Sócrates e Cavaco Silva e negou qualquer apoio ao partido.
O presidente da IL, Rui Rocha, assinalou o Dia Internacional da Mulher à porta da urgência de obstetrícia do hospital de Leiria, que está encerrada, para mostrar que Portugal está “a ficar para trás na proteção dos seus direitos”.
Também o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, em representação da CDU, aproveitou para avisar que uma eventual viragem à direita nas eleições legislativas de domingo pode colocar em risco os direitos das mulheres, ao passo que a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, pediu aos indecisos e a quem está zangado para que não desistam e levem a sua vida “até ao voto”, considerando que “o maior de todos os lucros extraordinários é a discriminação das mulheres”.
Da parte do PAN, a porta-voz, Inês Sousa Real, defendeu que as mulheres não podem, “sistematicamente, ser afastadas da vida pública” por serem mães e o Dia Internacional da Mulher não deve servir apenas para receber flores, enquanto a ‘número dois’ do Livre por Lisboa e deputada municipal, Isabel Mendes Lopes, alertou que “os direitos das mulheres estão ameaçados nestas eleições”, dirigindo duras críticas ao presidente do PSD sobre esta matéria.
Recorda-se que o SAPO24 vai dar especial atenção à noite eleitoral e tem preparada uma cobertura ampla que inclui jornalistas presentes junto dos candidatos da noite, e uma equipa a acompanhar todos os momentos a partir da redação.
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