“Tenho muitas dúvidas de que seja hoje o momento para colocarmos [a regionalização] em cima da mesa”, afirmou Luís Montenegro, a discursar na 7.ª Academia de Formação Política para Mulheres, em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

Por seu lado, Jorge Moreira da Silva realçou que “a regionalização não é consensual em Portugal, o municipalismo é, o reforço do papel dos municípios é”, disse, à margem do mesmo evento.

Sobre a regionalização, Montenegro considerou que “é um processo de descentralização” e que há ainda muita coisa para discutir: “Quais são as competências que essas regiões vão ter. A administração local está disposta a perder competências para um patamar intermédio?”.

“Temos ainda de desenvolver mais esta discussão, terminando o processo de descentralização, o mapa já está discutido, falta consensualizar o outro tema que é o modelo”, apontou, afirmando que não se oporá à realização de um referendo sobre o tema.

Para Moreira da Silva, “a regionalização tem sido, no essencial, utilizada como uma desculpa para não fazer nada daquilo que é mais fácil e mais rápido, que é o reforço dos municípios”.

Tal como o seu opositor na corrida à liderança do PSD, o ex-ministro de Pedro Passos Coelho admitiu que “há um momento em que se possa ter de fazer um debate sobre a regionalização”, mas deixou um alerta.

“Que isso não sirva de desculpa, de modo algum, do que se pode fazer já e já deveria ter sido feito há muito tempo que é dar mais competências, mais meios, mais responsabilidade” aos municípios, afirmou.

As eleições diretas no PSD estão marcadas para 28 de maio e o congresso para o primeiro fim de semana de julho, de 01 a 03, no Porto.

O antigo líder da bancada social-democrata Luís Montenegro e o antigo vice-presidente do partido Jorge Moreira da Silva disputam a presidência do partido.

O atual presidente, Rui Rio, já anunciou que deixará a liderança após o congresso do Porto, na sequência da derrota nas legislativas de 30 de janeiro, em que o PS conseguiu maioria absoluta.