"O que me motiva a candidatar-me é um dever cívico que se impõe de exercício de cidadania e um apelo no sentido de dar o meu contributo à minha cidade", explica à agência Lusa o ex-deputado à Assembleia da República (de 2012 a 2015) e presidente da Assembleia Municipal de Santana.
No parlamento, ao arrepio do acordo de coligação PSD/CDS, votou por duas vezes contra o Orçamento do Estado.
O candidato à presidência do maior concelho do arquipélago da Madeira nas eleições autárquicas de 01 de outubro nasceu a 16 de setembro de 1976, na freguesia de São Pedro, no Funchal, mas viveu entre o norte (Santana e São Vicente), o oeste (Ponta do Sol) e a capital (Funchal) da ilha madeirense.
Neste último concelho, passou por uma "transumância" por Santa Maria Maior, Santo António, Sé e São Martinho.
"Eu sou um cidadão da cidade, mantenho com ela uma relação muito próxima. Já vivi em quatro das suas dez freguesias, já fui vereador durante quase um ano [entre outubro de 2010 e julho de 2011] em regime de substituição, pelo que conheço razoavelmente bem a sua realidade, os seus problemas e sinto que lhe posso dar um contributo positivo", justifica.
Licenciado em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Línguas e Administração, Rui Barreto diz ter uma visão "integrada da cidade, que vai do mar à serra, mas que padece de vários problemas, tem várias necessidades e assimetrias que devem ser reduzidas ou atenuadas".
"Há uma cidade muito mais virada para o comércio, para o imobiliário, para os serviços e para o turismo, mas há igualmente uma cidade que não pode ser nunca esquecida, que são as zonas altas", observa.
Acessibilidades, saneamento básico, medidas sociais dirigidas a jovens e idosos, acesso à cultura e ao desporto, empreendedorismo e dinamização de indústrias criativas, reabilitação urbana, valorização do património e criação de novas centralidades são temas a que está atento.
O deputado à ALM preconiza, por exemplo, a dinamização da zona central funchalense e uma negociação tripartida (Câmara, Governo Regional e Governo da República) para que alguns edifícios do poder central na Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses (Alfândega, GNR e Autoridade Marítima) possam ser transferidos para a responsabilidade da autarquia.
O objetivo é que esta os possa pôr à disposição de privados, mediantes concursos públicos, concessionando-os para comércio, hotelaria e turismo.
Outros emblemas da sua candidatura são o de criar uma Câmara "ágil, desburocratizada, desmaterializada", que valoriza a natureza e o ordenamento territorial.
"Queremos uma Câmara dotada de um Plano Diretor Municipal, documento que não existe nesta vereação [governada pela coligação "Mudança", constituída pelo PS, BE, MPT, PAN e PTP)", denuncia.
Rui Barreto defende o desagravamento fiscal e remete a angariação de receitas para as verbas das transferências do Estado, das taxas e emolumentos, mas, sobretudo, através da captação de investimento.
Com 41 anos, casado e prestes a ser pai pela terceira vez, Rui Barreto é desde 2011 deputado à ALM, onde é membro da Comissão de Política Geral e Juventude e da Comissão Permanente.
Na Assembleia da República, foi membro efetivo da Comissão dos Assuntos Europeus e da Comissão de Economia, e vice-presidente do Grupo de Amizade Portugal - Venezuela.
Foi ainda gestor na Empresa de Eletricidade da Madeira e consultor júnior na empresa Tracy International.
Nas eleições de 2013, o CDS-PP foi a terceira força política mais votada no Funchal, elegendo um vereador (com 14,55% dos votos), cinco deputados municipais e 19 mandatos nas Assembleias de Freguesia.
A Câmara foi ganha pela coligação "Mudança", então com PS, BE, PND, MPT, PTP e PAN, que elegeu cinco dos 11 mandatos. O PSD elegeu quatro e o PCP/PEV um vereador.
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