Segundo revela hoje à Lusa a diretora dessa instituição do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, foi deixado um cartaz e um aloquete no recinto atribuindo a autoria do ataque ao grupo IRA – Intervenção e Resgate Animal, mas, contactada pela associação, essa entidade afirmou não ter tido qualquer atuação no caso.
“Quando chegámos lá, de manhã cedo, metade dos nossos cães estava solta no pinhal em volta do canil porque as boxes tinham sido abertas. Com jeito e paciência, lá os fomos chamando e eles acabaram por voltar ao seu lugar, mas, como não estão habituados a andar juntos assim soltos, já tinha havido lutas entre eles e uma cadela ficou muito ferida”, conta Ana Paula Castro.
O animal com lesões está agora internado numa clínica veterinária, sendo que dois cães continuam desaparecidos.
Os autores da vandalização deixaram no canil um cartaz com os símbolos do IRA e um cadeado com um autocolante exibindo também o logo desse grupo, mas, reconhecendo que a situação em Espinho não corresponde ao procedimento habitual dessa entidade, Ana Paula Castro contactou-a para averiguar se teriam tido intervenção no caso e informá-la da ocorrência.
Pouco depois, já o IRA emitia um comunicado nas redes sociais: “Fingem ser do IRA para cometer crimes. (…) Este caso foi reportando de imediato à polícia e ao IRA pela presidente da associação, aguardando agora a nossa instituição que sejam identificados os criminosos para também apresentarmos queixa por usurpação de identidade”.
A mesma nota pública acrescenta que o IRA “não pratica crimes de qualquer género” e apela a quem suspeitar de alguém falsamente identificado como elemento dessa organização que “solicite de imediato a presença das autoridades policiais” ou contacte o próprio grupo de resgate animal.
Para Ana Paula Castro, a situação deste domingo torna mais urgente a mudança do canil e gatil da Patinhas sem Lar para um terreno próprio que a autarquia local “anda a prometer há ano e meio, mas nunca mais chega, de facto, a atribuir”.
Atualmente, as estruturas dessa associação estão instaladas num terreno privado cedido para o efeito "num momento de aflição", por um período de dois anos. “Mas já cá estamos há seis e, com este tipo de vandalismo, a qualquer altura o proprietário pode querer deixar de nos ajudar e depois vamos com os animais para onde?”, questiona a responsável.
Contactado pela Lusa, o Comando Distrital da PSP de Aveiro confirmou ter recebido a queixa apresentada pela associação e que vai investigar o caso.
Comentários