Se incluirmos todos os gastos, a venda feita a um comprador chinês — que até participou por telefone —, o preço do cantil ascende quase aos 4,94 milhões de euros, segundo o comissário Olivier Clair, que a classificou como tendo sido uma "boa venda".

O cantil, num camafeu azul cobalto com fundo branco, conhecida como "Bianhu", foi produzido nos fornos do Imperador Qianlong, na segunda metade do século XVIII, contou Clair à agência France-Press (AFP).

Este tem a representação de um dragão imperial, com cinco garras, que procura a pérola sagrada. "Houve vários, mas é muito raro. A maioria destes objetos foram desviados do Palácio de Verão de Pequim" por um corpo expedicionário franco-inglês, em 1860, de acordo com o comissário do leilão.

"O cantil era usado por peregrinos chineses. Pouco a pouco, foi se tornando um símbolo decorativo, como a espada de consagração. É um objeto que interessa aos chineses, já que é património", explicou.

"Não sabemos como é que este tipo de objeto chegou à França, só sabemos que a sua história recua há três gerações. Pertencia a uma antiga família da indústria do papel, com boas ligações políticas no século XIX", afirmou o curador-avaliador.

As peças imperiais do período Qianlong são muito apreciadas na China. Uma tigela de porcelana rosa da família foi vendida por 30,4 milhões de dólares em abril de 2018, num leilão da Sotheby's, em Hong Kong.